Resumo

Uma das principais complicações vinculadas ao processo de envelhecimento são as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), cuja prevalência tem sido intensificada pelo sedentarismo. Diante deste panorama, se faz primordial a instauração de medidas preventivas e promocionais de saúde, com o intuito de atenuar o progresso dessas doenças. Nessa direção, surge o projeto de extensão universitária, cujo eixo central é o estímulo à prática contínua de exercícios físicos e a propagação de informações sobre hábitos saudáveis.

Objetivo: Neste contexto, a proposta deste estudo é analisar variáveis como renda familiar, a fim de entender como esses fatores estão relacionados à adesão de comportamentos saudáveis.

Métodos: Foram selecionados n=43 idosos (60,64±8,64 anos; 82,4±23,14 kg; 152±0,06 cm; 35±15,55 kg/m2), sendo 42 idosos do sexo feminino e 1 idoso do sexo masculino, todos do projeto de extensão universitária do curso de Educação Física dos Institutos Superiores de Ensino do CENSA (ISECENSA). Foi aplicado um survey utilizando a ferramenta do Google Forms, com o questionário para avaliar o estilo de vida, proposto por Nahas (2017), encaminhado pelo app whatsapp. Este questionário contém questões que orientam o estudo, apresentando informações pessoais e nível sócio econômico, percepção do nível de saúde preventiva e manejo dos níveis de estresse, características alimentares e controle do peso corporal, ocupação do tempo livre e nível habitual de prática de atividade física e comportamentos de risco à saúde e estágio de mudança de comportamento. A análise estatística foi executada por meio do pacote estatístico SPSS versão 9.0 for windows. Os procedimentos realizados foram: distribuição de frequências, médias e de dispersão. Para medida de associação entre variáveis categóricas, recorreu-se ao teste de Qui-quadrado. Foi adotado nível de significância de 5%.

Resultados: Quanto às características demográficas os dados apresentaram os seguintes resultados: a grande maioria era casado (39,5%), possuía até 3 filhos (30,2%), a maioria possuía uma renda familiar entre 3 e 5 salários mínimos (53,5%). Foi observado associação entre a renda familiar e a inclusão de prática de exercícios físicos no lazer (X2= 13.25, p=0,01), indicando que indivíduos que ganham até 3 ou entre 3 à 5 salários mínimos, não fazia parte do seu estilo de vida ou às vezes correspondia ao seu comportamento. Além disso, foi observado associação entre a renda familiar e a inclusão de 5 porções de frutas e hortaliças na alimentação diária (X2= 10.69, p=0,03), indicando que indivíduos que ganham até 3 ou entre 3 a 5 salários mínimos às vezes correspondia ao seu comportamento.

Conclusão: Em conclusão, os resultados deste estudo em extensão universitária indicam uma associação significativa entre a renda familiar e a adesão a comportamentos saudáveis em idosos. Esses achados sugerem que a renda familiar pode desempenhar um papel importante na capacidade dos idosos de adotarem comportamentos saudáveis, possivelmente devido a restrições financeiras que podem afetar o acesso a atividades de lazer e aquisição de alimentos mais saudáveis.