Resumo

O ângulo de fase (PhA) é reconhecido como um marcador da integridade celular e da saúde dos tecidos corporais, sendo que estudos prévios identificaram associações positivas entre esse parâmetro e a densidade ou conteúdo mineral ósseo em diferentes regiões do corpo. No entanto, em adolescentes recomenda-se a utilização do conteúdo mineral ósseo ajustado pela estatura (CMO/Est), haja vista que tal procedimento considera particularidades do crescimento e desenvolvimento. Apesar disso, a associação entre o PhA com o CMO/Est e parâmetros de geometria óssea permanecem pouco investigadas nessa faixa etária. Objetivo: Investigar a associação do PhA com o CMO/Est do colo femoral e com parâmetros de geometria óssea do fêmur proximal em adolescentes. Método: Participaram do estudo 93 adolescentes (54,8% meninas; 16,3 ± 1,5 anos) da cidade de Florianópolis, SC. Os desfechos analisados foram: CMO/Est do colo femoral, área da seção transversal (CSA), momento de inércia da seção transversal (CSMI) e módulo da seção (Z), obtidos a partir da varredura do fêmur proximal por meio de absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA). O PhA foi avaliado por bioimpedância elétrica. Utilizou-se regressão linear multivariada para testar as associações entre PhA e os desfechos ósseos, com ajustes para sexo, maturação sexual, tecido mole magro, massa gorda, atividade física moderada a vigorosa e prática de exercícios de fortalecimento muscular. Resultados: O PhA foi associado positivamente ao CMO/Est do colo femoral (B = 0,002; IC95%: 0,000 - 0,003; p = 0,023). Contudo, não houve associações significativas com CSA (p = 0,085), CSMI (p = 0,228) e Z (p = 0,149). Conclusão: Níveis mais elevados de PhA estão associados a maior CMO/Est do colo femoral, sugerindo seu potencial como indicador da mineralização óssea em adolescentes. No entanto, o PhA não se mostrou um preditor para medidas de geometria óssea do fêmur proximal.

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