Resumo

A dor lombar atinge cerca de 80% da população, gerando enorme impacto econômico e reduzindo a qualidade de vida das pessoas. Tem sido relatado que a lombalgia pode estar associada a perda de massa muscular, como consequência da adoção de um estilo vida sedentário e a presença de sobrepeso/obesidade. No entanto, permanece pouco compreendido se o nível de atividade física pode impactar os níveis de dor lombar e a massa muscular. OBJETIVO: Analisar as possíveis associações do nível de atividade física com a dor lombar e a quantidade de massa muscular em trabalhadores industriais/metalúrgicos. MÉTODOS: Foram recrutados 299 indivíduos adultos (idade: 35,6 ± 11, 7 anos) de ambos os sexos (226 homens e 73 mulheres), funcionários de uma empresa metalúrgica da cidade de Ponta Grossa, Paraná. Os participantes foram classificados em relação ao nível de atividade física (ativo e insuficientemente ativo) (variável independente), a presença ou ausência de dor lombar (DL), e ao nível de massa muscular (MM; normal e baixo) (variáveis dependentes). O nível de atividade física foi avaliado por meio da versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), considerando como "Ativos" os indivíduos que relataram ≥150 min em atividade física moderada e/ou ≥ 75 min de atividade física vigorosa por semana, e "Insuficientemente ativos" aqueles que relataram valores inferiores. A presença ou ausência de DL foi determinada por meio do Diagrama de Corlett. A MM foi mensurada usando um aparelho de bioimpedância tetrapolar (BIA Analyzer). O teste qui-quadrado foi aplicado para analisar as possíveis associações entre as variáveis independente e dependentes, e as associações com p < 0,20 foram analisadas com a Regressão de Poisson para determinar a magnitude das associações (razão de prevalência [RP]). O nível de significância foi considerado como p < 0,05. RESULTADOS: Não houve associação significante (p > 0,05) entre o nível de atividade física e MM. Em relação a DL, uma maior frequência relativa de indivíduos insuficientemente ativos apresentou a condição de DL (Ativo: 13,6% vs. Insuficientemente ativo: 25,9%, p = 0,028), com grau de associação de 14%. Além disso, indivíduos insuficientemente ativos apresentaram 90% maior prevalência de DL (RP = 1,90 [IC95%, 1,06-3,39]. CONCLUSÃO: A adoção de um estilo de vida insuficientemente ativo pode aumentar a prevalência de dor lombar, sem afetar os níveis de massa muscular na população estudada.

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