Associação do nível de atividade física com dor lombar e massa muscular em trabalhadores metalúrgicos: um estudo transversal
Por Rafael Mendes Pereira (Autor), Diego Polese (Autor), Hélio S. Júnior (Autor), Adriano V. da Silva (Autor), Jeanne K. Merlo (Autor), Ana P. do Nascimento (Autor), Pablo Aguirra (Autor), Andreo F. Aguiar (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A dor lombar atinge cerca de 80% da população, gerando enorme impacto econômico e reduzindo a qualidade de vida das pessoas. Tem sido relatado que a lombalgia pode estar associada a perda de massa muscular, como consequência da adoção de um estilo vida sedentário e a presença de sobrepeso/obesidade. No entanto, permanece pouco compreendido se o nível de atividade física pode impactar os níveis de dor lombar e a massa muscular. OBJETIVO: Analisar as possíveis associações do nível de atividade física com a dor lombar e a quantidade de massa muscular em trabalhadores industriais/metalúrgicos. MÉTODOS: Foram recrutados 299 indivíduos adultos (idade: 35,6 ± 11, 7 anos) de ambos os sexos (226 homens e 73 mulheres), funcionários de uma empresa metalúrgica da cidade de Ponta Grossa, Paraná. Os participantes foram classificados em relação ao nível de atividade física (ativo e insuficientemente ativo) (variável independente), a presença ou ausência de dor lombar (DL), e ao nível de massa muscular (MM; normal e baixo) (variáveis dependentes). O nível de atividade física foi avaliado por meio da versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), considerando como "Ativos" os indivíduos que relataram ≥150 min em atividade física moderada e/ou ≥ 75 min de atividade física vigorosa por semana, e "Insuficientemente ativos" aqueles que relataram valores inferiores. A presença ou ausência de DL foi determinada por meio do Diagrama de Corlett. A MM foi mensurada usando um aparelho de bioimpedância tetrapolar (BIA Analyzer). O teste qui-quadrado foi aplicado para analisar as possíveis associações entre as variáveis independente e dependentes, e as associações com p < 0,20 foram analisadas com a Regressão de Poisson para determinar a magnitude das associações (razão de prevalência [RP]). O nível de significância foi considerado como p < 0,05. RESULTADOS: Não houve associação significante (p > 0,05) entre o nível de atividade física e MM. Em relação a DL, uma maior frequência relativa de indivíduos insuficientemente ativos apresentou a condição de DL (Ativo: 13,6% vs. Insuficientemente ativo: 25,9%, p = 0,028), com grau de associação de 14%. Além disso, indivíduos insuficientemente ativos apresentaram 90% maior prevalência de DL (RP = 1,90 [IC95%, 1,06-3,39]. CONCLUSÃO: A adoção de um estilo de vida insuficientemente ativo pode aumentar a prevalência de dor lombar, sem afetar os níveis de massa muscular na população estudada.