Associação do nível de atividade física com pressão arterial e percentual de gordura corporal em trabalhadores metalúrgicos adultos
Por Adriano Valmozino da Silva (Autor), Diego Polese (Autor), Jeanne Karlette Merlo (Autor), Ana Paula do Nascimento (Autor), Pablo Aguirraira (Autor), Hélio Sanches Júnior (Autor), Rafael Mendes Pereira (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A adoção de um estilo de vida não saudável (ex: reduzida prática de atividade física e o consumo excessivo de produtos industrializados ricos em gordura) tem sido uma realidade na sociedade contemporânea. Tal condição predispõe a população global a maior risco de surgimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) (ex: hipertensão e obesidade) e mortalidade por todas as causas. Portanto, determinar a associação do nível de atividade física com hipertensão e obesidade é de extrema relevância para o contexto da saúde pública. OBJETIVO: Analisar as possíveis associações do nível de atividade física com a pressão arterial e percentual de gordura corporal em trabalhadores metalúrgicos adultos. MÉTODOS: Foram recrutados 299 indivíduos adultos (idade: 35,6 ± 11, 7 anos) de ambos os sexos (226 homens e 73 mulheres), funcionários de uma empresa metalúrgica da cidade de Ponta Grossa, Paraná. Os participantes foram classificados em relação ao nível de atividade física (ativo e insuficientemente ativo) (variável independente), pressão arterial (PA; normotenso e hipertenso), e percentual de gordura corporal (%GC; normopeso e obeso). O nível de atividade física foi avaliado por meio da versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), considerando como "Ativos" os indivíduos que relataram ≥150 min em atividade física moderada e/ou ≥ 75 min de atividade física vigorosa por semana, e "Insuficientemente ativos" aqueles que relataram valores inferiores. A PA de repouso foi aferida por meio de um aparelho digital (OMRON, modelo 742HEM), sendo adotado o valor médio de três aferições. Para mensuração do %GC, foi utilizado um aparelho de bioimpedância tetrapolar (BIA Analyzer). O teste qui-quadrado foi aplicado para analisar as associações entre as variáveis independente e dependentes, e as associações com p < 0,20 foram analisadas com a Regressão de Poisson para determinar a magnitude das associações (razão de prevalência [RP]). O nível de significância foi considerado como p < 0,05. RESULTADOS: Não houve associação significante (p > 0,05) entre o nível de atividade física e PA. Uma associação significante (p < 0,05) indicou que indivíduos insuficientemente ativos apresentaram quase 3 vezes maior prevalência de elevado %GC (RP = 2,86 [IC95%, 1,91-4,30]). CONCLUSÃO: A adoção de um estilo de vida insuficientemente ativo pode aumentar a prevalência da condição de obesidade, sem afetar os níveis de pressão arterial na população estudada