Resumo

Professores universitários são susceptíveis ao estresse, devido às suas múltiplas tarefas, incluindo atividades administrativas, de ensino, pesquisa e extensão.  Esta exposição ao estresse relacionada ao volume de trabalho pode levar ao esgotamento emocional e o desenvolvimento da síndrome de Burnout. Contudo, a prática regular de atividade física (AF) tem sido associada com menor nível de estresse e melhor qualidade de vida. OBJETIVO: Investigar associação do tempo de AF e do tempo sentado (TS) com a percepção de estresse (PE) em professores universitários. MÉTODO: Estudo de delineamento transversal com docentes do Centro de Ciências da Saúde, UFRJ, iniciado em outubro de 2022 e que finalizará em dezembro de 2023 (aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HUCFF, CAAE=26901019.4.0000.5257). Para estimativa do tempo de AF e do TS foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ-versão curta). Já para avaliação da PE foi aplicada a escala de percepção de estresse (PSS10). Além disso, foram aferidos o peso e a estatura dos participantes. Para classificação do nível de AF usou-se o ponto de corte de 150 min ou mais de AF de intensidade moderada/vigorosa por semana. Para tal, agrupou-se o tempo de AF de intensidade moderada com vigorosa (AFMV). Para avaliar a associação do tempo de AF e TS com escore da percepção subjetiva de estresse utilizou-se modelos de regressão linear múltipla (STATA, 15.0). RESULTADOS: A amostra foi composta por 66 professores, sendo a maioria (75,8%) do sexo feminino (n=50), fisicamente ativos (65,15%, n=43), com média de idade de 48,2 (DP=10,5) anos, índice de massa corporal de 25,0 (3,9) kg/m2 e de tempo sentado de 8,5 (DP=2,8) h. O escore da PSS10 foi em média de 17,4 (DP=6,0) pontos. Após análise de regressão linear verificou-se associação significativamente inversa do tempo de AFMV com escores da PSS-10. Contudo, não foi observada associação entre o tempo de caminhada e o tempo sentado em dias de semana com o escore da PPS-10 (Tabela 1). CONCLUSÃO: Os resultados preliminares sugerem uma associação inversa entre o tempo de atividade física moderada/vigorosa com a percepção de estresse entre os docentes universitários.