Associação entre a aptidão cardiorrespiratória com risco cardiometabólico em adultos
Por Milena Chefer Pretz (Autor), Mileny Caroline Menezes de Freitas (Autor), Gabriel Motta Albertuni (Autor), Julio Cesar da Costa (Autor), Enio Ricardo Vaz Ronque (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A literatura tem mostrado que a aptidão cardiorrespiratória (ACR) tem impacto positivo em diversos desfechos em saúde, sugerindo um papel benéfico na saúde cardiometabólica em adultos. Em contrapartida a adiposidade corporal, além de ser uma das maiores causas das cargas de doenças crônicas em todo mundo, associa-se positivamente com aumento do risco cardiometabólico. Assim, levantou-se a seguinte questão: a associação entre ACR e risco cardiometabólico são independentes da gordura corporal? OBJETIVO: Verificar a associação entre a ACR e o risco cardiometabólico em adultos. MÉTODOS: A amostra foi composta de 137 sujeitos com média de idade de 22,2 ±1,7 anos, de ambos os sexos. A adiposidade foi estimada pelo percentual de gordura corporal total através da absorciometria radiológica de dupla energia (DXA). A ACR foi estimada pelo teste de Shuttle-Run de 20 metros, seguindo as recomendações de Léger et al. (1988). O risco cardiometabólico foi estimado através da pressão arterial sistólica e diastólica (aparelho digital da marca OMRON) e análises bioquímicas da glicose, HDL, LDL, colesterol total (CT) e triglicerídeos. Um escore de risco cardiometabólico (soma das pontuações) foi calculado através do escore z para cada variável. Foi adotado para as análises a regressão linear múltipla, bruta (controlada pela idade) e ajustada (idade + percentual de gordura corporal), com significância de 5%. RESULTADOS: A ACR foi associada inversamente com CT (β= -1,41; p=0,008), LDL (β= -1,04; p=0,045) e glicose (β= -0,37; p=0,006) nos rapazes e nas moças positivamente para o HDL (β= 0,95; p=0,038), independente da idade. Após o ajuste pela gordura corporal, nos rapazes a associação se manteve e mostrou também para triglicerídeos (β= -0,40; p=0,003) e perdeu significância estatística para as moças (p>0,05). Para os rapazes a ACR foi inversamente proporcional ao escore de risco cardiometabólico, na análise bruta (β= -0,19; p= 0,006) e na ajustada e a gordura corporal indicou redução na magnitude do efeito (β= -0,01; p= 0,05). CONCLUSÃO: A ACR apresenta um efeito positivo na redução do escore de risco cardiometabólico apenas para os rapazes, entretanto a gordura corporal diminuiu este efeito. Estes resultados sugerem a importância da ACR para a saúde cardiometabólica e controle da gordura corporal, principalmente nas moças