Resumo

O status de prontidão à sessão e a capacidade de recuperação após o treinamento são essenciais para o desenvolvimento do condicionamento físico em praticantes de fitness funcional training. Neste contexto, a velocidade do decremento da frequência cardíaca (FC) de recuperação (FCR) após teste de esforço máximo veem sendo utilizada como ferramenta de monitoramento de carga interna e de tomada de decisão na prescrição do treinamento. Portanto, é razoável esperar que o decremento da FCR dependa da reatividade cronotrópica do repouso e do repouso para o exercício. Objetivo: Verificar a associação do decremento da FCR com a reatividade cronotrópica (a) no repouso e (b) do repouso para o exercício em homens praticantes de fitness funcional training. Métodos: Foram avaliados homens (n=17; idade 30,8 ± 4,7 anos; IMC 25,41 ± 4,71 kg/m2) praticantes de fitness funcional training de uma academia afiliada a marca Crossfit®. No repouso, a reatividade cronotrópica foi obtida por meio do teste de estresse ortostático (mudança postural ativa da posição supina para ortostática), onde se verificou a diferença absoluta entre o registro da FC entre as posições supina e ortostática (orto-sup). No esforço, a reatividade cronotrópica foi obtida da diferença absoluta entre o registro da FC na posição supina e a FC registrada no primeiro limiar ventilatório (Lv1-sup). Após o teste de esforço máximo, o decremento da FCR foi avaliado por meio do coeficiente de recuperação da FC no 1º min de recuperação [CRFC 1ºmin = FCR1ºmin/RC], onde: FCR1ºmin = diferença absoluta da FC registrada no 1º min de recuperação pela FCmax atingida no final do esforço. RC = diferença absoluta da FCmax atingida no final do esforço pelo registro da FC no repouso supino. Após a análise da normalidade amostral (Shapiro-Wilk), para análise de associação, optou-se pelo modelo estatístico de análise GLM (Generalized linear Models) com o nível de significância em 5%. Resultados: Observamos o efeito da reatividade cronotrópica do repouso para o exercício (Lv1-sup; β=0,43; p<0,02) no decremento do CRFC 1º min. Portanto, para cada aumento de 1bpm da reatividade no esforço ocorre a redução de 0,43bpm no decremento do CRFC 1º min., No repouso, verificamos o efeito da reatividade da FC após o teste ortostático (orto-sup; β=0,62; p<0,03) no decremento do CRFC 1º min, e portanto, para cada aumento de 1 bpm da reatividade no repouso ocorre a redução de 0,62bpm no CRFC 1º min. Conclusão: O decremento do CRFC 1ºmin está associado com a reatividade cronotrópica no repouso e do repouso para o exercício. Portanto, o decremento do CRFC 1ºmin após teste de esforço máximo em homens praticantes de fitness functional trainning pode ser explicado pela a reatividade cronotrópica no repouso em 28% e do repouso para o exercício em 29%.

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