Resumo

A relação entre o tecido muscular e o tecido ósseo pode ser explicada pela teoria mecanostática, no qual um declínio da força muscular pode resultar em uma diminuição da carga mecânica exercida sobre o osso, consequentemente, podendo impactar diretamente na densidade mineral óssea. OBJETIVO: Verificar as associações entre a força muscular de membros inferiores com a área de densidade mineral óssea (aDMO) em adultos jovens. MÉTODOS: A amostra foi composta por 144 participantes de ambos os sexos (idade 22,3±1,7 anos, IMC 23,5±3,5 kg/m2 ), sendo 74 rapazes. Foi avaliado a força muscular de flexão (FMF) e extensão (FME) de joelho em um dinamômetro isocinético (Biodex System 3) à velocidade angular de 60º por segundo. A aDMO foi estimada pela técnica de absortometria radiológica de dupla energia (DXA), nas regiões do corpo total, membros inferiores e fêmur direito. Para verificar as associações entre os indicadores de força muscular e a aDMO foi empregada inicialmente a correlação parcial, controlada por idade cronológica e IMC, e posteriormente a regressão linear foi utilizada. O nível de significância adotado foi de 5%. RESULTADOS: Foram encontradas correlações positivas para ambos os sexos entre a força de membros inferiores e a aDMO (p<0,05). Nos rapazes, foram observadas associações positivas entre os indicadores de força muscular e aDMO em todas as regiões anatômicas. A FME explicou em torno de 44% (β =0,001; <0,001) e a FMF 39% (β=0,002; p<0,001) da variância compartilhada com a aDMO do corpo total. No fêmur direito a FME explicou em torno de 18% (β =0,002; p<0,001) e a FMF 11% (β=0,003; p=0,006), enquanto nos membros inferiores a FME explicou em torno de 34% (β=0,002; p<0.001) e a FMF 28% (β=0,002; p<0.001). Nas moças, somente a aDMO de membros inferiores foi associada com a força muscular, com a FME explicando em torno de 36% (β =0,001; p=0,008) e a FMF 34% (β =0,001; p=0,021). CONCLUSÃO: Conclui-se que a FME e FMF dos membros inferiores foram associadas positivamente com a aDMO do corpo total, do fêmur direito e membros inferiores nos rapazes, enquanto nas moças somente a aDMO dos membros inferiores mostraram associação positiva com a força muscular.

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