Associação entre a proficiência motora de escolares e as oportunidades de movimento oferecidas na sua vizinhança
Por Francielle Cheuczuk (Autor), Francielle Ferreira da Rocha (Autor), Pâmela Norraila da Silva (Autor), José Luiz Lopes Vieira (Autor), Luciana Ferreira (Autor).
Resumo
Este estudo teve como objetivo verificar a associação entre a proficiência motora e o ambiente da vizinhança de 397 crianças de seis a dez anos de idade. Para avaliar o desempenho motor foi utilizado o Teste de Proficiência Motora de Bruininks-Oseretsky - BOT-2. O ambiente da vizinhança foi avaliado por um questionário elaborado pelos pesquisadores e o nível socioeconômico das famílias foi avaliado pelo Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB-ABEP). Para comparação entre grupos foi utilizado o Teste Kruskall-Wallis e o Teste U Mann-Whitney e para associação foi utilizado o Teste de Qui-quadrado. Os resultados demonstraram que 68,3% das crianças estão na média para a idade no desenvolvimento motor global. A classe social com nível socioeconômico maior mostrou melhor coordenação motora fina, controle corporal, força e agilidade e o desenvolvimento motor global. Foi encontrada associação entre utilizar Academia da terceira idade e o desenvolvimento motor global, a praça/parquinho com a coordenação corporal e desenvolvimento motor global, e clubes/escolinhas particulares com coordenação motora fina, força e agilidade e desenvolvimento motor global. Conclui-se que o ambiente da vizinhança em que a criança reside não influenciou o desempenho na proficiência motora, mas o nível socioeconômico sim, tanto que pertencer a classe socioeconômica mais baixa desfavoreceu o desempenho motor global das crianças. Frequentar espaços abertos e públicos como calçadas e ruas não resultou numa maior proficiência motora, o que ocorre em espaços construídos com equipamentos como as ATI, praças/parquinhos, centros esportivos/quadras de esportes e clubes/escolinhas esportivas.