Resumo
Resumo: O objetivo do presente estudo foi verificar as associações entre os componentes da aptidão física relacionada à saúde com os fatores de risco cardiometabólicos em adolescentes entre os anos de 2014 e 2017. Para tanto, foram obtidas informações sóciodemográficas e quanto a prática de atividade física por meio de questionários, bem como foram realizados testes motores segundo o manual do FITNESSGRAM (back-saver sit and reach; curl-up; push-up; e progressive aerobic cardiovascular endurance run). Os fatores de risco cardiometabólicos avaliados foram: circunferência de cintura; pressão arterial em repouso; HDL colesterol; triglicerídeos; e glicemia em jejum. Análise de regressão múltipla foi utilizada para examinar as associações entre os componentes de aptidão física com os fatores de risco cardiometabólicos agrupados. Para comparar os fatores de risco cardiometabólicos a partir das mudanças dos componentes de aptidão física entre os períodos de acompanhamento foi aplicado o teste de Kruskal-Wallis ou ANOVA one-way. Os resultados do presente estudo indicaram que aptidão muscular e aptidão cardiorrespiratória estiveram inversamente relacionadas aos fatores de risco cardiometabólicos na análise transversal (β = -.238; p < 0,05; β = -.472; p < 0,001) independente da prática de atividade física e do índice de massa corporal. Já na análise longitudinal, apenas a aptidão cardiorrespiratória demonstrou associação significativa com os fatores de risco (β = -.347; p<0,05). Quanto a gordura corporal o IMC se apresentou como o componente da aptidão física com maior tamanho de efeito em análise transversal (β = 578, p < 0,001) e longitudinal (β = 441, p < 0,001). Em vista destes achados, ressaltamos a importância da ação protetora dos componentes de aptidão física relacionada a saúde, com exceção da flexibilidade, nos fatores de risco cardiometabólicos destes adolescentes. Sugerimos intervenções voltadas aos componentes de aptidão física relacionada à saúde a fim de enfatizar sua importância na prevenção do desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis ao da vida.