Associação Entre Atividade Física, Aptidão Cardiorrespiratória e Biomarcadores Inflamatórios em Adultos Jovens Aparentemente Saudáveis
Por Carlos Marcelo Cuello Moreno (Autor), Renata Moraes Bielemann (Autor), Priscila Missaki Nakamura (Autor), Leony M Galliano (Autor), Daniel D Bertoldi (Autor), Martin Larangeira (Autor), Helena S. Thurow (Autor), Marcelo Mendonça (Autor), Pedro Rodrigues Curi Hallal (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 18, n 4, 2013. Da página 501 a 510
Resumo
A inflamação sistêmica crônica de baixa intensidade está relacionada com maior risco de doen- ças cardiovasculares. Estudos sugerem que a proteína C-reativa, um dos principais biomarcado- res inflamatórios, pode estar inversamente relacionada com a prática de atividade física e com a aptidão física. O objetivo deste estudo transversal foi determinar as associações entre os níveis de atividade física e a aptidão cardiorrespiratória, com biomarcadores inflamatórios em homens adultos jovens (18-30 anos) aparentemente saudáveis (N=85). As amostras foram analisadas pelo método ELISA (Enzyme-Linked Immuno Sorbent Assay), usando kits de alta sensibilidade para proteína C-reativa, interleucina 6, interleucina 1β e TNF-α. A prática de atividade física foi mensurada por questionário e acelerometria. O consumo máximo de oxigênio (VO2max) foi estimado por teste incremental em cicloergômetro. Na análise bruta, a média das concentrações de proteína C-reativa da amostra foi de 1,59±1,16 mg/L, e esteve significativamente correlacio- nada com o VO2max (r=-0,32; p=0,03), mas não com atividade física medida por acelerometria ou questionário. O índice de massa corporal (IMC) e a circunferência abdominal apresentaram correlação significativa com a proteína C-reativa (r=0,37; p<0,001 e r=0,41; p<0,001, respecti- vamente). Quando incluímos no modelo o IMC e a circunferência da cintura, a aptidão física perdeu a significância. Não houve relação entre atividade física ou aptidão física com os demais marcadores inflamatórios. Conclui-se que nesse grupo de adultos jovens houve relação entre a proteína C-reativa e o VO2max, e que esta associação é explicada pelas modificações no perfil antropométrico decorrentes de altos níveis de aptidão cardiorrespiratória.