Resumo

A alimentação adequada é primordial em todas as fases da vida, uma vez que oferece subsídios necessários para processos orgânicos, além de promover benefícios à saúde. Além disso, a atividade física (AF), o comportamento sedentário (CS) e o sono, possuem forte impacto na saúde humana e podem estar associados às mudanças nos hábitos alimentares, sobretudo diante de situações que repercutem negativamente o cotidiano das populações, como em pandemias. OBJETIVOS: Avaliar a associação entre os comportamentos de movimento de 24 horas com hábitos alimentares de universitários durante a pandemia. MÉTODOS: A amostra foi composta por 84 universitários que utilizaram, simultaneamente e durante sete dias, dois acelerômetros (punho e cintura) ActiGraph mod. wGT3X-BT (AG) para mensuração do sono e AF/CS, respectivamente. O CS e o sono foram também avaliados pelo Sedentary Behavior Questionnaire (SBQ) e o Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI). O hábito alimentar foi avaliado com o questionário de frequência alimentar. Dependendo do tipo e da frequência de consumo do alimento, atribui-se um escore entre 0-3 pontos. A partir daí, calculou-se o escore de forma inversa, onde receberam pontuação mínima (0) os alimentos considerados saudáveis ingeridos ≥ 5x/semana e os não saudáveis consumidos nunca/raramente. A pontuação máxima (3) corresponde aos alimentos saudáveis nunca/raramente consumidos e alimentos não saudáveis ingeridos ≥ 5x/semana. O escore final foi calculado a partir da soma dos itens alimentares, variando de 0 (melhor) a 30 pontos (pior). Modelos de regressão linear com respectivos intervalos de confiança de 95% foram conduzidos no software IBM SPSS v.25.0 com nível de significância de 5%. RESULTADOS: Houve associação marginal entre AF vigorosa e redução dos escores de alimentos não saudáveis (β=-0,060; p=0,060) e entre CS (AG) e escores de alimentos não saudáveis (β<0,001; p=0,063). Observou-se associação entre CS (SBQ) e escores de alimentos não saudáveis (β=0,002; p=0,024) além da associação positiva entre horas de sono (PSQI) e os escores dos alimentos saudáveis (β=0,413; p=0,043). CONCLUSÃO: Conclui-se que o tempo despendido em AF vigorosa reduziu o escore de frequência de consumo de alimentos não saudáveis, por outro lado, o CS total (AG) e o tempo de tela recreacional (SBQ) aumentaram os escores de frequências de alimentos não saudáveis. Por fim, horas de sono adicionais aumentaram o escore na frequência de alimentos saudáveis.

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