Associação entre atividade física, comportamento sedentário, sono e hábitos alimentares de universitários durante a pandemia da covid-19
Por Éricka Luanny Machado Maia (Autor), Marcelle Reis Nascimento Oliveira (Autor), Daniela Simões Gomes Moscardini (Autor), Raniere Souza de Jesus (Autor), Tamiles Costa Ribeiro (Autor), Marcos Rodrigo Trindade Pinheiro Menuchi (Autor), Alberto Barreto Kruschewsky (Autor), David Ohara (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A alimentação adequada é primordial em todas as fases da vida, uma vez que oferece subsídios necessários para processos orgânicos, além de promover benefícios à saúde. Além disso, a atividade física (AF), o comportamento sedentário (CS) e o sono, possuem forte impacto na saúde humana e podem estar associados às mudanças nos hábitos alimentares, sobretudo diante de situações que repercutem negativamente o cotidiano das populações, como em pandemias. OBJETIVOS: Avaliar a associação entre os comportamentos de movimento de 24 horas com hábitos alimentares de universitários durante a pandemia. MÉTODOS: A amostra foi composta por 84 universitários que utilizaram, simultaneamente e durante sete dias, dois acelerômetros (punho e cintura) ActiGraph mod. wGT3X-BT (AG) para mensuração do sono e AF/CS, respectivamente. O CS e o sono foram também avaliados pelo Sedentary Behavior Questionnaire (SBQ) e o Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI). O hábito alimentar foi avaliado com o questionário de frequência alimentar. Dependendo do tipo e da frequência de consumo do alimento, atribui-se um escore entre 0-3 pontos. A partir daí, calculou-se o escore de forma inversa, onde receberam pontuação mínima (0) os alimentos considerados saudáveis ingeridos ≥ 5x/semana e os não saudáveis consumidos nunca/raramente. A pontuação máxima (3) corresponde aos alimentos saudáveis nunca/raramente consumidos e alimentos não saudáveis ingeridos ≥ 5x/semana. O escore final foi calculado a partir da soma dos itens alimentares, variando de 0 (melhor) a 30 pontos (pior). Modelos de regressão linear com respectivos intervalos de confiança de 95% foram conduzidos no software IBM SPSS v.25.0 com nível de significância de 5%. RESULTADOS: Houve associação marginal entre AF vigorosa e redução dos escores de alimentos não saudáveis (β=-0,060; p=0,060) e entre CS (AG) e escores de alimentos não saudáveis (β<0,001; p=0,063). Observou-se associação entre CS (SBQ) e escores de alimentos não saudáveis (β=0,002; p=0,024) além da associação positiva entre horas de sono (PSQI) e os escores dos alimentos saudáveis (β=0,413; p=0,043). CONCLUSÃO: Conclui-se que o tempo despendido em AF vigorosa reduziu o escore de frequência de consumo de alimentos não saudáveis, por outro lado, o CS total (AG) e o tempo de tela recreacional (SBQ) aumentaram os escores de frequências de alimentos não saudáveis. Por fim, horas de sono adicionais aumentaram o escore na frequência de alimentos saudáveis.