Resumo

O objetivo do presente estudo é analisar a associação entre atividade física e indicadores de sono em adolescentes. Metodologia: Estudo transversal envolvendo 647 adolescentes. A atividade física no tempo livre nas intensidades leve e moderada a vigorosa (420 min/semana) foram as variáveis independentes e os desfechos foram: sonolência diurna, sonolência em sala de aula, percepção de sono ruim, duração do sono, hora em que se deita e acorda. A associação multivariada foi realizada por meio da regressão de Poisson para estimar as Razões de prevalência (PR). Resultados: Não atingir 420 min/semana de atividade física leve e moderada a vigorosa se associou com a maior razão de prevalência de sonolência em sala de aula (PR=1,79 e 1,64), sonolência diurna (PR=1,25 e 1,17) e percepção de sono ruim (PR=1,52 e 1,27), P<0,05. No entanto, não atingir 420 min/semana demonstrou associação oposta e reduziu a razão de prevalência para duração de sono <8h (PR=0,74 e 0,72), P<0,05. Nenhuma associação foi encontrada entre atividade física e hora de deitar ou acordar.  A associação entre atividade física e sonolência diurna foi mediada de forma completa pela percepção de sono ruim, enquanto que a sonolência em sala de aula foi mediada parcialmente. Conclusão: A atividade física parece ter efeito positivo na sonolência diurna, em sala de aula e na percepção de sono. A percepção de sono foi a via pela qual a atividade física associou-se à sonolência na amostra estudada. Por outro lado, a atividade física reduziu a probabilidade de estudantes atingirem 8h de sono.

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