Associação Entre Atividade Física e Marcadores Bioquímicos de Risco Para Doença Cardiovascular em Adolescentes de Escolas Públicas de Piracicaba
Por Alexandre Romero (Autor), Marcio José de Medeiros (Autor), Camila Aparecida Borges (Autor), Simone Cristina Scarpa Romero (Autor), Betzabeth Slater (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 18, n 5, 2013. Da página 614 a 623
Resumo
Fatores de risco bioquímicos para as doenças cardiovasculares surgem na infância e na adolescên- cia com grande chance de permanecerem na vida adulta. O objetivo do presente estudo foi veri- ficar possíveis associações entre atividade física (AF) e marcadores bioquímicos em adolescentes de escolas públicas. Trata-se de um estudo transversal. Por meio de questionários foram coletados dados demográficos e informações sobre AF e consumo alimentar. Também foram realizadas avaliação antropométrica e coleta de sangue para análises bioquímicas (Colesterol total, Lipopro- teína de alta densidade, Lipoproteína de baixa densidade, Triacilglicerol, Insulinemia e Glicemia). A amostra foi constituída por 199 adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. O teste de Mann Whitney foi utilizado para comparar variáveis contínuas entre os sexos. Para verificar a associação entre as variáveis AF e os indicadores bioquímicos foram usados modelos de regressão logística múltiplos, ajustados por estado nutricional, maturação sexual, densidade energética e sexo. Dos 199 adolescentes, 57,3% eram meninas e 65,8% eram insuficientemente ativos. Os meninos apre- sentam um tempo maior de AF comparado às meninas (p=0,013), e as médias de triacilglicerol e resistência à insulina das meninas são significativamente maiores que a dos meninos (p<0,001 para ambas). Verificou-se que ser mais ativo apresentou efeito protetor contra valores indesejáveis de Lipoproteína de alta densidade (HDL). Conclui-se que a AF é uma excelente ferramenta para manter a HDL em níveis saudáveis independente de estado nutricional, maturação sexual, consumo alimentar e sexo. As variáveis Colesterol total, Lipoproteína de baixa densidade, Triacil- glicerol, Insulinemia e Glicemia não apresentaram associação com a prática da AF.