Resumo

Introdução: O envelhecimento está associado com declínios nos sistemas cardiorrespiratório e musculoesquelético que podem comprometer a potência aeróbia e a força muscular, aspectos fundamentais para a autonomia do idoso. Dessa forma, a compreensão do comportamento de tais variáveis e a verificação de uma possível correlação entre elas, pode representar um insumo importante para a elaboração de estratégias que possam contribuir frente ao processo de envelhecimento. Objetivo: Verificar a relação entre os níveis de força muscular e a potência aeróbia em idosos. Métodos: A amostra foi composta por 13 idosos de ambos os sexos com 60 anos ou mais (X= 68,08 DP= 5,22 IC 64.93; 71.23). Para determinação da potência aeróbia máxima, foi realizado teste ergoespirométrico (analisador de gases Metalyzer II, Cortex®, Alemanha) em esteira rolante (centurion® 300) com inclinação constante de 1%, velocidade inicial 4kmlh e aumentos de 1Km/h a cada minuto_ A força máxima foi avaliada nos membros inferiores (extensão de perna dominante) e superiores (flexão de antebraço sobre o braço dominante) pela contração isométrica (Lafayette Instrument Company, EUA). Em ambas verificações foram realizadas 3 medidas e computado o melhor valor obtido. Na análise estatística, a significância foi estabelecida em 5% e as premissas de normalidade, homogeneidade e esfericidade foram confirmadas COM os testes de Shapiro-Wilk, Levene e Mauchly, respectivamente. A correlação entre as variáveis força máxima e potência aeróbia foram analisadas através do teste de Pearson e regressão linear múltipla. Resultados: Os resultados demonstraram correlação positiva da potência aeróbia e da força muscular isométrica em Idosos: VO2máx. (mL/kg/min) vs. Força de membro superior (r = 0,67, t = 3,04, IC95% [0,20; 0,89], valor de p = 0,01); VO2máx. (mL/kg/min) vs. força de membro inferior (r= 0,68, t = 3,09, IC95% [0,21; 0,90], valor de p = 0,01); VO2 (limiar ventilatório 2 [LV2]) vs. Força de membro inferior (r = 0,64, t = 2,80, IC95% [0,14; 0,88], valor de p = 0,02). A regressão linear possibilitou identificar que a força muscular de membro inferior foi um importante preditor de potência aeróbia, pois, no modelo 1, considerando a força de membros superiores e inferiores: (F: 4.709, r2 = 0,69, adj-R2 = 0,38, valor p = 0,0362). No modelo 2, considerando apenas a força de membros inferiores: (F: 9,536, r2 = 0,67, adj-R2 = 0,41, valor de p = 0,01032). Conclusões: A força muscular geral (membros superiores e inferiores) demonstrou estar associada a potência aeróbia. Os níveis de força muscular em membro inferior, por sua vez, podem ser considerados um importante preditor desta capacidade. 
 

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