Associação Entre Força Muscular e Potência Aeróbia em Idosos
Por Francisco Luciano Pontes Junior (Autor), Danilo Sales Bocalini (Autor), Ruth Caldeira Melo (Autor), Rodrigo Villar (Autor), Bruna Trindade Souza (Autor), João Gustavo Allegretti (Autor), Leandro Brasil Rego (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: O envelhecimento está associado com declínios nos sistemas cardiorrespiratório e musculoesquelético que podem comprometer a potência aeróbia e a força muscular, aspectos fundamentais para a autonomia do idoso. Dessa forma, a compreensão do comportamento de tais variáveis e a verificação de uma possível correlação entre elas, pode representar um insumo importante para a elaboração de estratégias que possam contribuir frente ao processo de envelhecimento. Objetivo: Verificar a relação entre os níveis de força muscular e a potência aeróbia em idosos. Métodos: A amostra foi composta por 13 idosos de ambos os sexos com 60 anos ou mais (X= 68,08 DP= 5,22 IC 64.93; 71.23). Para determinação da potência aeróbia máxima, foi realizado teste ergoespirométrico (analisador de gases Metalyzer II, Cortex®, Alemanha) em esteira rolante (centurion® 300) com inclinação constante de 1%, velocidade inicial 4kmlh e aumentos de 1Km/h a cada minuto_ A força máxima foi avaliada nos membros inferiores (extensão de perna dominante) e superiores (flexão de antebraço sobre o braço dominante) pela contração isométrica (Lafayette Instrument Company, EUA). Em ambas verificações foram realizadas 3 medidas e computado o melhor valor obtido. Na análise estatística, a significância foi estabelecida em 5% e as premissas de normalidade, homogeneidade e esfericidade foram confirmadas COM os testes de Shapiro-Wilk, Levene e Mauchly, respectivamente. A correlação entre as variáveis força máxima e potência aeróbia foram analisadas através do teste de Pearson e regressão linear múltipla. Resultados: Os resultados demonstraram correlação positiva da potência aeróbia e da força muscular isométrica em Idosos: VO2máx. (mL/kg/min) vs. Força de membro superior (r = 0,67, t = 3,04, IC95% [0,20; 0,89], valor de p = 0,01); VO2máx. (mL/kg/min) vs. força de membro inferior (r= 0,68, t = 3,09, IC95% [0,21; 0,90], valor de p = 0,01); VO2 (limiar ventilatório 2 [LV2]) vs. Força de membro inferior (r = 0,64, t = 2,80, IC95% [0,14; 0,88], valor de p = 0,02). A regressão linear possibilitou identificar que a força muscular de membro inferior foi um importante preditor de potência aeróbia, pois, no modelo 1, considerando a força de membros superiores e inferiores: (F: 4.709, r2 = 0,69, adj-R2 = 0,38, valor p = 0,0362). No modelo 2, considerando apenas a força de membros inferiores: (F: 9,536, r2 = 0,67, adj-R2 = 0,41, valor de p = 0,01032). Conclusões: A força muscular geral (membros superiores e inferiores) demonstrou estar associada a potência aeróbia. Os níveis de força muscular em membro inferior, por sua vez, podem ser considerados um importante preditor desta capacidade.