Resumo
A literatura destaca que a velocidade, a força, a potência de membros inferiores, a agilidade e uma boa composição corporal são atributos considerados indispensáveis para o futsal, no entanto as características antropométricas e as qualidades físicas dos atletas profissionais de futsal ainda são pouco conhecidas. Sendo assim, este estudo objetivou investigar as relações entre as qualidades físicas velocidade, agilidade, força, potência e a massa corporal em atletas profissionais de futsal. Participaram voluntariamente deste estudo 15 atletas de futsal de uma equipe da 1ª divisão do Campeonato Estadual Catarinense (22,5 ± 4,6 anos de idade; 1,76 ± 0,06 m de estatura; 73,0 ± 6,4 kg de massa corporal). Como instrumentos de medida foram utilizados: estadiômetro, balança, fita métrica, cronômetro e plataforma de força. Os protocolos utilizados para a mensuração das capacidades físicas foram: teste de corrida de 30 m (T30), teste de agilidade de SEMO, teste de uma repetição máxima do exercício meio agachamento (1RM) e teste de salto vertical Counter Movement Jump (CMJ). Aplicou-se o teste de Correlação de Pearson (p < 0,05) para verificar a correlação entre as variáveis estudadas. Os atletas desempenharam o T30 em 4,25 ± 0,24 s e o teste de SEMO em 11,0 ± 0,51 s; ergueram 96,3 ± 18,5 kg no teste de 1RM, sendo equivalente a 1,31 ± 0,19 kg/MC; e saltaram 47,1 ± 5,1 cm no CMJ. Foram observadas correlações positivas e significativas entre as variáveis: agilidade e velocidade (r = 0,572; p = 0,026), força e força corrigida pela massa corporal (r = 0,876; p < 0,001), força e massa corporal (r = 0,690; p = 0,004), potência e velocidade (r = 0,601; p = 0,018), potência e agilidade (r = 0,623; p = 0,013). De maneira geral pode-se afirmar que, mesmo diante de pressupostos teóricos que levavam a crer que haveria correlação entre determinadas qualidades físicas, algumas destas não foram confirmadas no presente estudo. Este fato pode estar associado a uma possível não homogeneidade do nível técnico dos atletas que compunham a equipe analisada, a não familiaridade com alguns testes realizados, bem como com a não especificidade dos testes. Sugere-se que novos estudos sejam realizados com uma amostra mais representativa, e que testes mais específicos sejam desenvolvidos e validados para que possam auxiliar ainda mais técnicos, preparadores físicos e fisiologistas a desenvolverem melhores programas de treinamento e extrair o máximo desempenho de seus atletas.