Associação Entre Hábitos Alimentares Inadequados e Inatividade Física com Fatores de Risco Cardiometabólicos: Um Estudo em Santa Cruz do Sul
Por Miria Suzana Burgos (Autor), Luiza Silva de Oliveira (Autor), Luiza Pasa (Autor), Kelin Cristina Marques (Autor), Sonimar de Souza (Autor), Cláudia Daniela Barbian (Autor), Anelise Reis Gaya (Autor), Patrícia Molz (Autor), Silvia Isabel Rech Franke (Autor).
Em Cinergis v. 17, n 1, 2016. Da página 39 a 43
Resumo
Objetivo: comparar os hábitos alimentares e de atividade física com fatores de risco cardiometabólicos de crianças e adolescentes. Método: trata-se de um estudo transversal, compreendendo uma amostra de 1963 escolares de ambos os sexos, com idade de 7 a 17 anos, pertencentes a 19 escolas da zona urbana e rural do município de Santa Cruz do Sul, RS. As questões referentes aos hábitos alimentares e prática de atividade física foram avaliadas por meio de questionário. Os fatores de risco cardiometabólicos avaliados foram: IMC, circunferência da cintura, percentual de gordura corporal, colesterol total e suas frações (HDL e LDL), triglicerídeos e glicose. Foi utilizado o programa SPSS 20.0 para a realização das análises estatísticas. Foram avaliados os valores médios, por meio da ANOVA, bem como o tamanho de efeito, considerando diferenças significativas para p<0,05. Resultados: Observou-se que o consumo diário de 5 porções de frutas e verduras não apresentou associação com os fatores de risco cardiometabólicos. O hábito de evitar o consumo de alimentos gordurosos e doces, porém, apresentou um efeito de 0,3% (p=0,019) sobre o colesterol total e 0,5% (p=0,004) sobre o HDL. O consumo de 4 a 5 refeições variadas durante o dia apresentou efeito sobre o IMC (0,3%; p=0,021) e sobre a circunferência da cintura (0,5%; p=0,004). A prática de atividade física apresentou efeito sobre o IMC (0,3%; p=0,017), glicose (0,2%; p=0,049) e HDL (0,4%; p=0,011). Juntas, as questões relacionadas aos hábitos alimentares e à atividade física apresentaram um efeito significativo sobre o HDL (2,1%; p=0,001). Conclusão: Dessa maneira, conclui-se que f oi encontrado um efeito pequeno, porém significativo, dos hábitos alimentares e da atividade física sobre o IMC e perfil lipídico, principalmente. Estudos futuros são necessários para a avaliação de outros componentes relacionados à obesidade e demais fatores de risco cardiometabólicos na população infanto-juvenil.