Resumo

O envelhecimento é caracterizado por alterações multivariadas na função cognitiva e função física, e resulta em um aumento da dependência funcional em idosos. O objetivo do estudo foi verificar a associação de indicadores de função física e composição corporal com a função cognitiva em idosos. Trata-se de um estudo com delineamento transversal através de análise secundária de dados da linha de base de dois ensaios controlados e aleatorizados. Participaram do estudo idosos saudáveis, ambos os sexos, com idade média de 69 ± 6 anos, que residiam na cidade de Petrolina/PE e região durante 2017 (estudo A) e 2018 a 2019 (estudo B). A função cognitiva foi avaliada através do “Montreal Cognitive Assessment” (MoCA), Teste dígitos e o Teste de fluência verbal semântica e fonológica. A função física foi mensurada através do teste de caminhada (6m), Timed Up & Go (TUG) e o Short Physical Performance Battery (SPPB). A estimativa da força de membros inferiores foi identificada pelo teste de repetição máxima (1-RM) na cadeira extensora (estudo A) e leg press horizontal (estudo B). A massa muscular foi avaliada por T omografia computadorizada. Foram realizadas análises exploratórias para checar a distribuição das variáveis do estudo. As características gerais dos participantes de cada estudo foram apresentadas em média, desvio-padrão e frequência. As associações entre as medidas de função física e massa muscular com a função cognitiva, foram realizadas por modelos de regressão linear simples e múltipla. Participaram do estudo 116 idosos n=49 (estudo A) e n=67 (estudo B). Os principais resultados após ajuste de covariáveis foram significativos para a função física nos testes de sentar e levantar (b -0,28; IC95%: -0,45; -0,10), SPPB (b bruto 0,6; IC95%: 0,1; 1,2), teste de caminhada 6M (b 0,01; IC95%: 0,00; 0,03) e força muscular (b 0,85; IC95%: 0,01; 1,70) com a avaliação cognitiva global e executiva. Verificou-se uma associação inversa entre diferentes medidas de função física, especificamente os testes do timed up and go, 6 minutos e sentar e levantar, com medidas de função executiva (fluência verbal). Por último, foi observada uma associação significativa entre a massa muscular (b: 0,06; IC95%: 0,01; 0,12) e a função executiva (fluência verbal). Algumas limitações merecem ser ressaltadas. Por exemplo, os modelos de regressão que utilizaram o Estudo A e B como covariáveis. Estes foram menores, mas não descartados como probabilidade de viés; a amostra foi composta por idosos saudáveis e por isso os resultados devem ser interpretados com cautela na prática clínica. por fim o tamanho da amostra limitou a análise adicional para explorar fatores moderadores. Conclui-se que diferentes medidas da função física (força muscular, sentar e levantar; TUG, caminhada de 6 minutos) foram relacionadas à cognição global e à função executiva em idosos da comunidade.

O trabalho não possui divulgação autorizada
 

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