Associação entre o ângulo de fase da impedância bioelétrica e a potência de membros inferiores de atletas

Alguns parâmetros da impedância bioelétrica (BIA) têm sido utilizados para monitorar a composição corporal, estado hídrico, lesões musculares e o desempenho físico dos atletas ao longo da temporada de treinamentos e competições. O ângulo de fase (AF) obtido pela BIA é um indicador da massa celular corporal, estado de hidratação, qualidade e quantidade muscular. Porém, ainda se desconhece a relação entre o AF localizado e a potência dos membros inferiores (MI). OBJETIVO: Avaliar a associação entre o AF e a potência de membros inferiores de atletas. MÉTODOS: Participaram do estudo 156 atletas (79,5% homens; 22,10±6,61 anos; 73,02±15,90kg; 1,73±0,10m; 23,94±3,85kg/m²; 2,78±4,49 anos de prática) de diferentes modalidades (atletismo n=2; fisiculturismo n=16; futebol n=51; futebol americano n=3; judô n=23; karatê n=19; kickboxing n=4; lutas n=2; não informou n=3; natação n=15; taekwondo n=6; tênis de quadra n=1; triatlo n=2; vôlei de praia n=9). O AF dos membros inferiores (AFMI), reactância dos membros inferiores (ΩMI) e resistência dos membros inferiores (RMI) foram medidos pela impedância bioelétrica tetrapolar (InBody S10®), que fornece os dados isolados dos diferentes segmentos corporais a partir da colocação de 4 eletrodos posicionados nas dedos médio e polegar de ambas as mãos e nos tornozelos de ambos os pés; A potência de MI foi avaliada pelo teste de salto com contramovimento em solo ou tapete de contato. Os testes foram aplicados no mesmo dia ou com no máximo 48h de intervalo entre eles. O coeficiente de correlação de Pearson (r) foi calculado para examinar a relação entre o AFMI (calculado pela média do AF das pernas direita e esquerda), RMI e ΩMI com a altura do salto vertical e a potência dos MI. Adotou-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Os atletas exibiram em média AFMI 7,3±1,1°, RMI 233,7±33,6Ω; ΩMI 29,7±5,0Ω; altura do salto 39,7±9,6 cm e potência dos MI 3617,7±954,0W. Foram encontradas correlações fracas entre o AFMI e a altura do salto vertical (r=0,27; p<0,01), RMI e altura do salto vertical (r=- 0.20; p<0,01) e correlações moderadas entre o AFMI e a potência dos MI (r=0,51; p<0,01) e a RMI e a potência de MI (r=-0,59; p<0,01). CONCLUSÃO: Os valores de AFMI e RMI se correlaciona moderadamente com a potência dos MMII. A avaliação do AF dos membros inferiores por meio da impedância bioelétrica poderia servir como uma análise complementar para o monitoramento do desempenho físico dos atletas ao longo da temporada esportiva.

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