Resumo

O sobrepeso e o ganho de peso na vida adulta estão associados ao maior risco de doenças crônicas não transmissíveis, o que acarreta aumento na demanda e nos gastos dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).Objetivo: Analisar a associação entre o índice de massa corporal (IMC) e os gastos com saúde de adultos atendidos pelo SUS.Métodos: Em 2010, a pesquisa contou com 970 participantes, convidados para etapas subsequentes realizadas bienalmente ao longo de 10 anos. Foram incluídos os que participaram de, no mínimo, três avaliações. Em caso de ausência, os dados foram imputados pela técnica chained equations. A amostra final foi composta por adultos de ambos os sexos, atendidos pelo SUS em Bauru-SP. As informações sobre o IMC foram obtidas presencialmente no baseline, por meio da aferição de peso e altura. Os dados sobre gastos com saúde foram extraídos de prontuários médicos, considerando o custo total anual (consultas, exames e medicamentos). Utilizaram-se dados de todas as avaliações ao longo do seguimento, com análise estatística conduzida por modelo multinível, nível de significância p<0,05, no software Stata.Resultados: A amostra foi composta por 754adultos, sendo 559 do sexo feminino, com idade média de 64,16 anos (DP8,71).Para custos com saúde, no baseline a mediana/ano de gastos era de US$ 31,54(P25 19,94; P75 49,08) e para o ano de 2020 a mediana/ano foi de US$ 60,10 (P2526,12; P75 97,92). No baseline, a média do IMC era de 29,67 (DP5,68) e no últimoacompanhamento era de 29,10 (DP5,50). O IMC apresentou associação positivacom os gastos com medicamentos (B = 0,83; IC95%: 0,51 a 1,61) e com o custototal (B = 0,93; IC95%: 0,11 a 1,75). Conclusão: Maiores valores de IMC estão associados a maiores gastos com medicamentos e com o total de custos em saúde.

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