Resumo

Objetivo do presente estudo foi analisar as possíveis associações entre os padrões de atividade física (AF) em diferentes intensidades e fatores de risco cardiometabólico (isolados e agregados) em adolescentes. Estudo corte transversal com amostra representativa de 394 escolares de ambos os sexos com idade de 11,81 ± 0,67 anos das escolas públicas do município de Londrina-PR. Foram avaliadas massa corporal, estatura, circunferência da cintura (CC), aptidão cardiorrespiratória (ACR) e medidas pressóricas sistólica e diastólica (PAS e PAD), sendo posteriormente calculado IMC. A atividade física habitual foi mensurada por acelerometria (ActiGraph GT3X e GT3X-Plus, Pensacola, FL, USA) durante sete dias consecutivos, e foi utilizada a derivação dos pontos de corte propostos por Evenson et al., (2009). O padrão da AF foi analisado pelo envolvimento relacionadas ao tempo diário gasto em atividades leve (AFL) e moderada a vigorosa (AFMV), como também o envolvimento relacionado aos padrões de bouts curtos (1-5 minutos), bouts médios (6-10 minutos) e longos (>10 minutos). Foi empregada análise descritiva dos dados e o teste t independente. As associações entre as variáveis relacionas a AF e os fatores de risco cardiometabólico (isolados e agregados) foram testadas por meio de modelos de regressão linear multivariada. As análises de regressão linear referentes a AFL demonstraram que o tempo acumulado em bouts curtos esteve associado maior IMC (β= 0,038, IC95%: 0,006; 0,070), circunferência de cintura (β= 0,032, IC95%: 0,009; 0,055), escore de risco agregado (β= 0,058, 0,009; 0,106) e menor ACR (β= -0,017, IC95%: -0,037; -0,004). A frequência/hora de bouts curtos associou-se com IMC (β= 0,108, IC95%: 0,010; 0,206), circunferência de cintura (0,087, IC95%: 0,015; 0,159) como também ao maior escore de risco cardiometabólico agregado (β= 0,165, IC95%: 0,015; 0,314). Ao analisar os indivíduos com menor comportamento sedentário, as associações iniciais perderam força. Entre os indivíduos com maior comportamento sedentário, foram observadas associações volume de AFL e CC (β= 0,032, IC95%: 0,001; 0,063), como também volume acumulado em bouts curtos e IMC (0,123, 0,057; 0,189). Para os rapazes, associações frequentes foram observadas entre o padrão da AFMV em bouts curtos (1-5 minutos) quanto ao IMC (β=-0,166, IC95%: -0,301; -0,031), ACR (β=0,121, IC95%: 0,033; 0,209) e escore agregado (β=-0,298, IC95%: -0,497; -0,099), já bouts esporádicos (>1minuto e >5minutos) associaram-se na mesma perspectiva quanto ao IMC, ACR e escore agregado. Entre as moças associações inversas foram observadas entre a frequência por hora em bouts >1minuto e de 1-5 minutos com a ACR (β=-0,430, IC 95%: 0,025; 0,836 e 0,405, IC 95%: 0,021; 0,790). Considera-se, assim, que a AFL e AFMV associam-se de forma oposta quanto aos fatores de risco cardiometabólico em adolescente. As associações referentes à AFL, demonstra ser influenciada pelo volume de comportamento sedentário. Quanto à AFMV a mesma realizada em bouts curtos demonstra ser uma estratégia plausível para a realização das recomendações de atividade física.

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