Associação Entre o Sono e as Lesões Musculoesqueléticas em Atletas Adolescentes
Por Andressa da Silva de Mello (Orientador), Fernanda Viegas Paulo (Autor), Renan Alves Resende (Membro de Banca), Ronaldo Vagner Thomatieli dos Santos (Membro de Banca).
Em Coleção Pesquisa em Educação Física v. 20, n 1, 2021. 60 Páginas.
Resumo
O objetivo do presente estudo foi investigar a associação entre a quantidade e a qualidade de sono com as lesões musculoesqueléticas em atletas adolescentes. Além disso, comparar a quantidade e a qualidade de sono entre o período de treinamento e o período de férias dos atletas adolescentes. A amostra foi composta por 19 atletas de ambos os sexos, entre 12 e 21 anos, do Centro de Treinamento Esportivo da UFMG da modalidade de atletismo, das categorias de 100, 200 e 400 metros, e que participaram de competições a nível local, regional e/ou nacional nos últimos seis meses. As avaliações foram divididas em três fases, sendo estas: Fase 1: agosto de 2018: período de meio da temporada esportiva; Fase 2: outubro de 2018: período competitivo; e Fase 3: janeiro de 2019: período de férias escolares. Nas três fases, os atletas foram orientados a utilizar o actígrafo por 10 dias, mantendo seu estilo habitual de vigília-sono. Para caracterização das lesões prévias dos atletas e acompanhamento prospectivo das lesões durante seis meses após início das avaliações na Fase 1, foram consideradas lesões qualquer queixa física sofrida por um atleta que resulte de um treino ou competição, independentemente da necessidade de atenção médica ou afastamento das atividades. A análise descritiva das variáveis foi apresentada de forma qualitativa e quantitativa. Foram aplicados o teste de Shapiro-Wilk, o coeficiente de correlação de Spearman e foi realizada a regressão logística. Por fim, foi utilizada a ANOVA de medidas repetidas. Podemos concluir que os despertares após o início do sono foram um previsor significativo das lesões prévias, assim como o tempo acordado foi um previsor significativo da ocorrência de lesões musculoesqueléticas. Para as variáveis de sono, houve diminuição do tempo acordado da Fase 2 para a Fase 3 (p = 0,004), aumento do tempo total de sono da Fase 2 para a Fase 3 (p = 0,012) e diminuição dos despertares da Fase 1 para a Fase 2 (p = 0,001) e da Fase 1 para a Fase 3 (p = 0,025). Além disso, no período de férias os atletas adolescentes apresentaram menor tempo acordado, maior tempo total de sono, menor tempo de despertares após o início do sono e menor quantidade de lesões musculoesqueléticas.