Resumo

Tratamentos adjuvantes do câncer de mama associados a hábitos alimentares considerados não saudáveis podem provocar alterações importantes na composição corporal de sobreviventes ao câncer de mama. Além disto, a baixa aderência a prática de atividade física nesta população é preocupante, uma vez que sua ausência pode gerar diversas complicações, dentre elas a recidiva da doença. Porém, devido a controvérsias na literatura sobre esta temática, é importante realizar estudos que investiguem melhor o estilo de vida desta população e que estratifique a prática de atividade física por domínios: atividade física ocupacional, atividade física no lazer/esporte, atividade física de locomoção, atividade física total. Objetivo: Verificar as possíveis associações entre os domínios de atividade física com a composição corporal medida por IMC e bioimpedância elétrica de sobreviventes ao câncer de mama, bem como, analisar a associação entre os hábitos alimentares e os diferentes domínios de atividade física nessa população. Métodos: As participantes foram recrutadas por meio de contato telefônico através de uma lista disponibilizada por uma instituição filantrópica de Presidente Prudente. Foram coletados dados pessoais e informações clínicas, seguido da coleta de medidas antropométricas através das medidas por IMC e circunferência de cintura. A composição corporal foi analisada pela bioimpedância elétrica. Os hábitos alimentares, bem como o nível de atividade física e dados sociodemográficos foram coletados por meio de questionários específicos para cada área avaliada. Resultados: Ao analisar a prática de atividade física e a composição corporal, observou-se que sobreviventes ao câncer de mama com maiores níveis de atividade física no lazer/esporte, apresentaram reduções no percentual de gordura corporal (β=1.13%; IC= -2.06; -0.21), IMC (β=0.80 kg/m²; IC= -1.50; -0.11), circunferência de cintura (β=1.89 cm; IC= -3.54; -0.23) e relação cintura-altura (β=0.13 cm; IC= -0.23; -0.02). Valores semelhantes foram observados nas atividades de locomoção e total. Não foi verificado correlação da atividade física ocupacional com indicadores de adiposidade corporal. Na análise da prática de atividade física com hábitos alimentares, foi verificado que sobreviventes ao câncer de mama com maiores níveis de atividade física de lazer/esporte apresentaram maior consumo de frutas (β=0.32; IC= 0.02;0.62), cereais (β=0.79; IC= 0.47; 1.10) e carne branca (β=0.31; IC= 0.05; 0.58), resultados similares foram observados com atividade física de deslocamento. Maiores níveis de atividade física foi relacionado ao maior consumo de verduras/legumes (β=0.28; IC= 0.05; 0.50) e menor consumo de doces (β=-0.33; IC= -0.59; -0.08). Conclusão: Maiores níveis de atividade física em seus diferentes domínios (ocupacional, lazer/esporte e deslocamento) estão relacionados com reduções dos parâmetros de adiposidade corporal em sobreviventes ao câncer de mama. Em relação aos hábitos alimentares, a medida que aumenta a prática de atividade física, aumenta-se também o consumo de alimentos considerados saudáveis e reduz o consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares.


 

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