Associação entre percepção da saúde e prática de atividade física em mulheres trabalhadoras da Atenção Primária à Saúde
Por Darlan Boaventura Oliveira (Autor), Mariana Felix Barbosa (Autor), Clarice Alves dos Santos (Autor), Saulo Vasconcelos Rocha (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
Mulheres profissionais da saúde podem enfrentar dupla jornada de trabalho, (atividades profissionais e atividades domésticas), fator que pode influenciar tanto sua percepção do estado de saúde (PES) quanto a adoção de comportamentos saudáveis, como a prática de atividade física (AF). Objetivo: analisar a associação entre PES e AF em trabalhadoras da Atenção Primária à Saúde (APS) no município de Jequié. Metodologia: Estudo transversal com amostra de 577 trabalhadoras da APS da cidade de Jequié, Bahia. As variáveis foram coletadas por questionário estruturado: idade (em anos completos); sexo (masculino/feminino); AF (avaliada pela pergunta "você pratica atividade física atualmente?" pratica/não pratica) e a PES (muito boa, boa, regular, ruim e muito ruim). Para análise de dados empregaram-se procedimentos da estatística descritiva (frequência, média e desvio padrão), teste da regressão logística binária, com significância de p<0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e faz parte de uma pesquisa maior. Resultado: A média de idade foi 45,44 (Desvio padrão=12,15) anos, 56,85% (327) praticam AF regularmente, 58,64% (336) reportaram a PES em "muito boa" (19,55%) e "boa" (39,09%). Foi encontrada associação negativa significativa entre PES e AF. Para cada unidade de aumento na PES (indicando piorar), a chance de AF reduziu-se em 55,0% (OR=0,45; IC95%:0,37-0,55; p<0,001). Desta forma, indivíduos com PES "muito boa" tiveram 8,75 vezes maior chance de praticar AF comparados aos demais (IC95%:5,18-14,76; p< 0,001). Conclusão: Foi observada uma associação negativa entre a PES e a AF. Os achados sugerem que pior PES pode ser uma barreira para a adoção de comportamentos saudáveis, possivelmente devido a fatores como fadiga, sobrecarga de trabalho ou condições crônicas de saúde. Considerando a dupla jornada de trabalho das mulheres, estratégias de promoção de saúde são fundamentais para melhorar tanto a PES quanto a adesão à ATFS. Outros fatores não analisados podem influenciar essa relação.