Associação entre sarcopenia e indicadores de qualidade de vida e fadiga em mulheres que tem ou tiveram câncer de mama.
Por Victor Daniel Baldin (Autor), Lucas Polli Da Palma (Autor), Ana Herrera (Autor), Rafael Deminice (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
O câncer está associado ao aumento da fadiga e piora nos índices de qualidade de vida dos pacientes oncológicos. A sarcopenia associada ao câncer é uma síndrome caracterizada pela perda de força, massa e função musculares, associada ao pior prognóstico da doença, maior custo de tratamento e risco de mortalidade em pacientes oncológicos. Entretanto, a relação entre a sarcopenia associada ao câncer, fadiga e qualidade de vida é pouco conhecida. OBJETIVO: Avaliar a associação entre sarcopenia, qualidade de vida e fadiga em mulheres que tem ou tiveram câncer de mama. MÉTODOS: Este é um estudo do tipo transversal que recrutou 72 mulheres (52,4 ± 10,5, anos) que tem ou tiveram câncer de mama. O risco de sarcopenia foi avaliado conforme o European Consensus on Definition and Diagnosis of Sarcopenia (2019), que estipula um desempenho abaixo de 15 segundos no teste de sentar e levantar como ponto de corte. A qualidade de vida foi avaliada usando o EORTC QLQ-30. A Fadiga foi avaliada através do instrumento EORTC QLQ-FA12. O protocolo foi aprovado pelo comitê de ética sob o registro 78549124.8.0000.5231. Para análise estatística foi utilizado o teste T para amostras independentes e foi adotado um nível de significância de 0,05. RESULTADOS: 21% (n=15) das mulheres avaliadas foram classificadas com risco de sarcopenia (RS). As mulheres sem risco para sarcopenia foram usadas como grupo controle (C). O grupo RS levou 60% (17,4±4,1, seg) mais tempo que o grupo C (10,8±2,1) para completar o teste de sentar e levantar. O grupo RS apresentou maiores escores (presumindo menor qualidade de vida) em 8 dos 15 domínios do questionário de qualidade de vida (p<0,05): função física (RS 24,9±23,7 C 13±12,8), papel funcional (RS 38,9±38,1 C 18,7±22,1), função cognitiva (RS 35,6±35,1 C 33±33,1), fadiga (RS 37±66,4 C 37±35,1), náusea e vomito (RS 17,8±31,2 C 7,9±16,1), insônia (RS 53,3±43,3 C 31,6±39), dificuldade financeira (RS 42,2±40,8 C 22,8±31), saúde global (RS 53,9±27,6 C 66,7±22). O mesmo foi encontrado para fadiga, onde o grupo RS apresentou significativamente (p<0,05) maiores escores (presumindo mais fadiga) nos domínios Fadiga Cognitiva (RS 43,3±43,6 C 20,2±25,8) e Interferência da Fadiga nas atividades da vida diária (RS 42,2±37,2 C 24,1±30,3) CONCLUSÃO: Mulheres que tem ou tiveram câncer de mama em risco para desenvolver sarcopenia apresentaram menor qualidade de vida mais fadiga que mulheres com câncer de mama sem risco de desenvolver sarcopenia.