Resumo

O envelhecimento biológico está associado à redução dos níveis circulantes de hormônios sexuais, bem como da atividade de enzimas relacionadas ao metabolismo energético, como as sirtuínas. Evidências indicam que os atletas máster, indivíduos que praticaram treinamento ao longo da vida, apresentam níveis mais elevados de sirtuínas circulantes, e maior atividade do eixo hipotálamo-hipófisegonadal (HHG), quando comparados com seus pares não treinados. Entretanto, possíveis associações entre níveis circulantes de Sirtuína 1 (Sirt1) e hormônios do eixo HHG ainda não foram analisadas em atletas máster. OBJETIVOS: Comparar e verificar associações entre os níveis circulantes de Sirt1, testosterona (T), hormônio luteinizante (LH), e relação testosterona/hormônio luteinizante (relação T/LH) de atletas master de meia-idade e seus pares não atletas. MÉTODOS: Participaram do estudo corredores fundistas e velocistas máster (n = 54; 47,76 ± 8,47 anos; 24 anos de experiência em treinamento atlético) e indivíduos não atletas de idade similar (n = 21; 51,22 ± 7,76 anos). Amostras de sangue venoso foram coletadas em jejum no período da manhã para análises de T e LH em laboratório de análises clínicas terceirizado, bem como dos níveis de Sirt1 pelo método colorimétrico, utilizando-se de kits ELISA comerciais. Comparações entre os grupos foram realizadas a partir do teste t e as correlações pelo coeficiente de correlação de Pearson, sendo adotado um nível de significância p ≤ 0,05. RESULTADOS: Atletas máster apresentaram maiores níveis de Sirt1 (17,66 ± 4,69ng/mL vs. 6,36 ± 2,29 ng/mL; p < 0,0001), T (705,54 ± 204,86 ng/mL vs. 419,35 ± 139,03 ng/dL; p < 0,0001), e razão T/LH (189,80 ± 88,54 vs. 108,23 ± 59,40; p = 0,001) em relação aos seus pares não atletas. Os níveis de LH não diferiram entre os grupos estudados (p = 0,969). Sirt1 correlacionou-se positivamente com T (r = 0,445; p = 0,001) e com a relação T/LH (r = 0,368; p = 0,010), porém não apresentou correlação significativa com LH (r = -0,051; p = 0,704). CONCLUSÕES: Atletas máster apresentam níveis mais altos de testosterona e maior razão T/LH do que seus pares não treinados, o que, por sua vez, pode estar relacionado com os níveis mais altos de Sirt1 observados nestes atletas. Esses achados sugerem que o treinamento praticado ao longo da vida mantém elevados os níveis de Sirt1, preservando assim a atividade do eixo HHG em atletas corredores máster

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