Resumo

Percebe-se que atualmente na área das ciências do esporte e treinamento pesquisadores têm focado seus estudos na busca por atributos ou características determinantes do desempenho esportivo. No caso específico do handebol, aspectos antropométricos, fisiológicos e a composição corporal têm ganhado destaque na literatura. Além disso, tem sido demonstrado que jogadores de handebol de elite apresentam melhor desempenho físico em testes motores, quando comparado a jogadores amadores. Apesar do grande número de estudos analisando variáveis antropométricas e composição corporal em atletas de handebol, poucos estudos foram realizados correlacionando estas variáveis com o desempenho em testes motores. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi analisar as possíveis associações entre variáveis antropométricas e composição corporal com o desempenho em testes motores em jogadores profissionais de handebol adultos. Além disso, foram verificadas possíveis diferenças entre os jogadores para as variáveis supracitadas, quando analisado por posição específica desempenhada em quadra (i.e., Armador, Ponta e Pivô). A amostra foi composta por vinte três atletas profissionais (n=23), da cidade de Ribeirão Preto/SP (20,78±3,83 anos; 86,99±15,95 kg; 182,70±6,76 cm). Foram realizados duas baterias de testes, separadas por 72 horas de intervalo. Durante a primeira bateria, foram realizados antropometria (estatura [EST] e massa corporal [MC]), composição corporal (massa muscular [MM], massa gorda [MG] e percentual de gordura [PG]), e testes de salto vertical (Counter Movement Jump [CMJ] e Squat Jump [SJ]) e horizontal (SH). Durante a segunda bateria, os atletas foram submetidos a testes de velocidade (sprint de10 [10 m]) e agilidade (Teste-T). A fim de analisar o nível de associação entre variáveis antropométricas e composição corporal com o desempenho em testes motores, foi empregado coeficiente de correlação de Pearson. Para verificar possíveis diferenças para as variáveis por posição em quadra, foi empregado teste Anova one way seguido de post-hoc Tukey, sendo adotado como critério de significância p < 0,05. Foram encontradas correlações significativas entre MG, PG e MC com desempenho em testes motores, com exceção para a variável tempo de sprint de 10 m. Além disso, foram encontradas diferenças significativas para as variáveis antropométricas e composição corporal para as diferentes posições dos jogadores, exceção para MM. É possível concluir que a composição corporal dos jogadores exerce certa influência sobre o desempenho físico, analisado através de testes motores específicos. Com base nestes dados, é importante que treinadores e atletas adotem estratégias em sua preparação que promova redução dos níveis de PG, quantidade de MG, e também de adequação de MC, mas atentando-se para evitar interferência no desenvolvimento de capacidades motoras importantes no esporte (e.g, força máxima, força rápida).

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