Resumo

Ha anos, a Corrida de Rua tem crescido vertiginosamente, no Brasil e no mundo. Entretanto, pesquisas envolvendo esta pratica tem privilegiado atletas de alto rendimento, com os corredores recreacionais sendo negligenciados, embora sejam a expressiva maioria dos praticantes. Esta pesquisa teve por objetivo estudar as correlações, nestes corredores, de variáveis demográficas, antropométricas e de características de treinamento com seus tempos em provas (5 km; 10 km; e Meia Maratona), alem de investigar a ocorrência de lesões decorrentes da atividade e elaborar modelos de estimativa de desempenho, a partir de resultados em corridas anteriores recentes. Foram utilizados os dados de 395 corredores (229 homens e 166 mulheres), adultos (> 18 anos; media 37,6 anos), que responderam, voluntaria e anonimamente, a questionário disponibilizado na web. Para ambos os sexos, Bem-estar foi o objetivo principal da pratica de corrida (35,9% homens e 38,7% mulheres). Ruas/Parques foi o local predominante de treino para ambos os sexos (78,6% homens e 80,1% mulheres). Em 90,9% dos homens e 92,7% das mulheres a sessão de corrida durava ate 1,5 hora, com uma frequência de 3 a 4 vezes por semana (55,9% e 63,3%, respectivamente). O tempo de pratica, a quilometragem media semanal, assim como a quilometragem máxima e velocidade media num treino, se concentraram em faixas maiores no grupo masculino. Na comparação dos tempos de provas, as corredoras tiveram resultados estatisticamente piores, com redução progressiva e significante desta diferença para os homens, quanto maior a distancia da prova (teste "t" independente; p<0,01). Corredores praticantes de treino intervalado tiveram tempos menores, em ambos os sexos, na prova de 5 km (teste "t" independente; p<0,0l). A maioria dos pesquisados (63,3% homens e 60,2% mulheres) não fazia alongamento; nos que tinham este habito, não houve redução da incidência de lesões. Fascite plantar, condromalacia patelar e periostite tibial foram as lesões mais citadas em ambos os sexos. A maioria dos homens (53,7%) e mulheres (77,7%) tinha algum tipo de assessoria profissional especializada, com este grupo mostrando maior incidência de lesões (teste de Qui-quadrado; p < 0,05). Os dados coletados propiciaram obter um perfil dos praticantes e fazer associações com o desempenho em provas e a incidência de lesões, alem da elaboração de equações preditivas de tempo de corrida, a partir de desempenhos em provas de distancia menor.

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