Associação do Gasto Energético Diário com Fatores de Risco Para Doença Cardiovascular Aterosclerótica em Adolescentes
Por Rodrigo Bozza (Autor), Wagner de Campos (Autor), Antonio Stabelini Neto (Autor), Michael Pereira da Silva (Autor), Anderson Zampier Ulbrich (Autor), Luís Paulo Gomes Mascarenhas (Autor), Margaret Cristina da Silva Boguszewski (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 20, n 4, 2012. Da página 69 a 76
Resumo
O estudo teve como objetivos verificar a proporção de sujeitos com valores indesejáveis dos fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica e investigar a associação do gasto energético diário, obtido através do recordatório de 3 dias de atividade elaborado por Bouchard e colaboradores, com fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica em adolescentes da cidade de Curitiba, PR. O estudo transversal foi conduzido em 335 sujeitos, sendo 177 rapazes e 158 moças, com idades entre 12 e 18 anos, matriculados em 2 escolas da rede de ensino pública. O gasto energético diário foi obtido através do recordatório de 3 dias de atividade desenvolvido por Bouchard e colaboradores. Foram coletados o índice de massa corporal (IMC), o colesterol total (CT), HDL-C, LDL-C, triglicérides (TG) e a pressão arterial (PA) através de métodos padronizados e classificados de acordo com a literatura. Foi utilizada a estatística descritiva para caracterização da amostra e identificação das proporções de valores indesejáveis. A associação dos menores índices de gasto energético diário com os valores indesejáveis de IMC, CT, HDL-C, LDL-C, TG e PA foi estabelecida por intermédio da utilização regressão de Poisson com variância robusta, adotando-se intervalo de confiança de 95%. Foram encontrados dados preocupantes em relação à proporção de indivíduos com valores indesejáveis dos fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica. A única associação observada foi do baixo e do médio gasto energético diário com o excesso de peso nas moças. Outros estudos utilizando o mesmo recordatório para avaliar a atividade física também demonstraram associações inconsistentes com os fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica. Neste sentido, outros métodos indiretos devem ser avaliados para monitorar a atividade física e associar com estes fatores de risco em grandes populações de adolescentes.