Resumo

A atividade física (AF) e a redução do comportamento sedentário (CS) podem, mesmo isoladamente, reduzir os riscos de limitações e o surgimento de incapacidades funcionais (IF) nos idosos. No entanto, pouco se sabe sobre a relação combinada de ambos os comportamentos (AF+ CS), sobretudo, na IF nos idosos. O objetivo geral deste estudo foi analisar as associações isoladas e combinadas da exposição ao CS e da AF sobre a IF entre os idosos da cidade do Recife. Para isso, os participantes foram distribuídos em quatro grupos (exposição ao CS/ativo, exposição ao CS e inativo, não exposto ao CS/inativo, e não exposto ao CS/ativo), sendo a IF avaliada pelas atividades de vida diária (AVDs) e atividades intermediárias de vida diária (AIVDs). Trata-se de um estudo transversal de base comunitária com uma amostra probabilística de 397 idosos domiciliados, residentes no território de cobertura da Estratégia de Saúde da Família do município de Recife. A IF foi dividida em três categorias a partir do critério: “totalmente dependentes” (dependentes em AVD e AIVD), “parcialmente dependente” (dependente em AIVD) e “independente”, sendo essa última utilizada como referência. As variáveis independentes foram organizadas em blocos (sociodemográfico, aspectos de saúde e comportamentais) e em quatro modelos de análise. Para análise dos dados recorreu-se à regressão logística multinomial com quatro modelos: “modelo A” (somente com a AF), “modelo B” (somente com o CS), “modelo C” (com medida combinada AF e CS) e o “modelo D” (medida combinada do tempo de TV e AF), com as devidas razões de chances e seus respectivos intervalos de confiança. A maior prevalência de IF foi entre os idosos parcialmente dependentes. Houve associações combinadas da exposição do CS e AF, bem como da exposição do tempo de TV e AF com a IF entre os idosos. Após o ajuste das variáveis aos blocos (distais, intermediários e proximais), apenas os modelos A (com a AF) e o modelo D (medida conjunta do tempo de TV e AF) foram associados à dependência total no idoso. Apesar da elevada prevalência do CS total entre os participantes com dependência total, apenas os níveis insuficientes de AF moderada a vigorosa se associaram aos idosos totalmente dependentes.

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