Associações Entre as Capacidades Respiratórias, Variáveis Fisiológicas e Desempenho Físico de Corredores Recreacionais
Por Angela Patrícia Ramos (Autor), Lucas Adriano Pereira (Autor), Katia Pascoto Kitamura (Autor), Ronaldo Kobal (Autor), Irineu Loturco (Autor), César Cavinato Cal Abad (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Conhecer as respostas de variáveis da função pulmonar e suas relações com variáveis fisiológicas e testes de desempenho físico pode auxiliar profissionais do esporte a compreenderem melhor os determinantes de desempenho da corrida. Objetivo: Verificar o grau de associação entre a função pulmonar, variáveis fisiológicas e desempenho físico de corredores recreacionais. Materiais e Métodos: Dez indivíduos adultos, do sexo masculino (média de idade de 38,5±9,5 anos; estatura de 173,20±7,43 cm e IMC = 20,19±1,62 kg/m2), e desempenho de prova de 10.000m entre 33,5 e 53,23 minutos; com experiência em corrida de rua de endurance superior a dois anos, carga de treinamento entre 60 e 90 km de distância por semana e frequência entre 4 a 6 dias por semana. Os resultados foram obtidos através dos testes recomendados pela literatura: 1) espirometria, para determinação das variáveis da função pulmonar [i,e; capacidade vital forçada (CVF), ventilação expirada forçada no primeiro segundo do teste de espirometria (VEF1), pico de fluxo expiratório (PFE), razão entre a VEF1/CVF e a ventilação voluntária máxima (VVM); 2) a corrida de 3000 metros, para determinação do tempo (t3000) e da velocidade media (vm3000); 3) teste de esteira incremental máximo até a exaustão, para detecção do consumo máximo de oxigênio (VO2max), a velocidade de corrida associada ao VO2max (vVO2max) e; 4) teste de economia de corrida (ECO). Após teste de normalidade, considerou-se para estatística descritiva a média e o desvio-padrão. O grau de associação foi obtido a partir do produto-momento da correlação de Pearson. O nível de significância adotado foi de 5% (p < 0,05). Resultados: Os resultados das variáveis da função pulmonar foram: CVF = 5,51 ± 0,78L; VEF1 = 4,58± 0,79L VEF1/CVF = 0,83± 0,8 PFE = 10,72 ± 1,65L VVM = 183,04 ± 31,49L. Os resultados do teste ergoespirométrico foram: ECO = 40,6±7,88 ml.kg-1.min-1; LV = 51,7±7,30 ml.kg-1.min-1; PCR = 61,67±5,81 ml.kg-1.min-1; VO2max = 66,23±7,92 ml.kg-1.min-1; vVO2max = 19,3±1,4 km.h-1. Os resultados do teste de 3000m foram: t3000=10:40±1:02 min; Vm3000 = 17,0±1,6 km.h-1; vVO2max = 19,3±1,4 km.h-1. Foram observadas associações negativas e significantes entre ECO e VEF1 (r -0,686; p. 0,05) e ECO e VVM (r -0,686; p. 0,05), porém não foram encontradas associações com o desempenho físico dos 3000m. Conclusões: Embora a economia de corrida apresente associação com as capacidades pulmonares, não houve associação significante das capacidades pulmonares e fisiológicas com o desempenho de 3000m. Os achados sugerem que a capacidade pulmonar não está associada com o desempenho em uma amostra homogênea de corredores recreacionais.