Resumo

Resumo: A literatura tem demonstrado que capacidades motoras bem desenvolvidas facilitam o funcionamento cognitivo de crianças. Entretanto, nenhum estudo nacional representativo abordou, até o presente, a associação entre habilidades motoras grossas e rendimento acadêmico em crianças brasileiras. Neste contexto, compreender as relações entre estas variáveis poderá fornecer informações úteis para implementação de programas de intervenção. Com isso, o objetivo deste estudo foi analisar as associações entre habilidades motoras grossas e rendimento acadêmico em escolares da rede regular do município de Votuporanga - SP. Para tanto, a amostra foi composta por 929 crianças de ambos os sexos, com idades entre 5 e 11 anos. Foram realizadas medidas antropométricas de peso corporal e estatura, para o cálculo do IMC, além da circunferência abdominal. Para as habilidades motoras, foi adotada a bateria de Teste de Coordenação Corporal para Crianças (Körperkoordination Test für Kinder ¿ KTK). Informações referentes ao nível habitual de atividade física foram coletadas por meio de questionários. Para o tratamento estatístico, foram utilizadas análises descritivas para caracterização da amostra, test t de Student, teste de independência do Qui-quadrado e regressão linear para verificar as relações entre habilidades motoras e rendimento acadêmico. Os resultados demonstraram que escolares com coordenação motora boa ou muito boa apresentam 7,9 mais chances de obter um conceito de rendimento acadêmico bom ou excelente em língua portuguesa e matemática quando comparados a estudantes com pertubação ou insuficiência motora. Em contrapartida, a participação em reforço escolar demonstrou um efeito negativo na habilidade motora (? = -0,207) de meninos (?=-0,222) e meninas (-0,207). Com isso, conclui-se que ocorre uma relação positiva entre coordenação motora e rendimento acadêmico tanto para meninos quanto para meninas. Além disso, verificou-se associação negativa entre reforço escolar e coordenação motora, sendo que, a amostra deste estudo que participava de reforço escolar apresentou uma tendência a terem desordens motoras.

Acessar Arquivo