Resumo

Este estudo teve como objetivo investigar se existem associações entre medidas antropométricas e o desempenho em tarefas ocupacionais entre cadetes da Força Aérea Brasileira. Métodos: Um total de 155 cadetes (14 mulheres) participaram de três sessões de testes: na primeira, foram submetidos a avaliações antropométricas (altura e peso para cálculo do índice de massa corporal e espessura de dobras cutâneas para determinação do percentual de gordura corporal). Na segunda sessão, realizaram um teste de natação de 150 m, vestindo o uniforme de serviço, e, na última sessão, completaram uma marcha a pé de 12 km, também vestindo o uniforme de serviço e carregando aproximadamente 25 kg de equipamento. Estatísticas descritivas, correlações de Pearson, regressões lineares múltiplas e ANOVA entre quartis dos resultados foram empregadas para analisar os dados. Resultados: Houve correlações fracas entre as medidas antropométricas e o desempenho nas tarefas, com o percentual de gordura corporal, a massa corporal e a altura apresentando efeitos significativos nos extremos da distribuição. Especificamente, maior percentual de gordura corporal e maior massa corporal estiveram associados a tempos mais lentos na marcha a pé, enquanto os cadetes mais altos apresentaram melhor desempenho tanto na marcha a pé quanto na natação. Não foram observadas associações significativas para o desempenho na natação, exceto para a altura. Conclusão: A análise estratificada com base em quartis revelou que os cadetes com maior percentual de gordura corporal ou massa corporal apresentaram pior desempenho na marcha a pé. Por outro lado, os cadetes mais altos superaram os mais baixos em ambas as tarefas. Este estudo sugere que as características antropométricas, por si só, são insuficientes para predizer o desempenho geral, mas podem fornecer informações valiosas sobre funções específicas. Além disso, recomenda-se a realização de estudos adicionais para investigar este tópico mais a fundo.

Acessar