Associações entre medidas antropométricas e desempenho em tarefas ocupacionais entre cadetes da Força Aérea Brasileira. Medidas antropométricas que predizem o desempenho em tarefas
Por William Carrero Botta (Autor), José Maurício Magraner Paixão dos Santos (Autor), Fábio Angioluci Diniz Campos (Autor), João Paulo Borin (Autor).
Resumo
Este estudo teve como objetivo investigar se existem associações entre medidas antropométricas e o desempenho em tarefas ocupacionais entre cadetes da Força Aérea Brasileira. Métodos: Um total de 155 cadetes (14 mulheres) participaram de três sessões de testes: na primeira, foram submetidos a avaliações antropométricas (altura e peso para cálculo do índice de massa corporal e espessura de dobras cutâneas para determinação do percentual de gordura corporal). Na segunda sessão, realizaram um teste de natação de 150 m, vestindo o uniforme de serviço, e, na última sessão, completaram uma marcha a pé de 12 km, também vestindo o uniforme de serviço e carregando aproximadamente 25 kg de equipamento. Estatísticas descritivas, correlações de Pearson, regressões lineares múltiplas e ANOVA entre quartis dos resultados foram empregadas para analisar os dados. Resultados: Houve correlações fracas entre as medidas antropométricas e o desempenho nas tarefas, com o percentual de gordura corporal, a massa corporal e a altura apresentando efeitos significativos nos extremos da distribuição. Especificamente, maior percentual de gordura corporal e maior massa corporal estiveram associados a tempos mais lentos na marcha a pé, enquanto os cadetes mais altos apresentaram melhor desempenho tanto na marcha a pé quanto na natação. Não foram observadas associações significativas para o desempenho na natação, exceto para a altura. Conclusão: A análise estratificada com base em quartis revelou que os cadetes com maior percentual de gordura corporal ou massa corporal apresentaram pior desempenho na marcha a pé. Por outro lado, os cadetes mais altos superaram os mais baixos em ambas as tarefas. Este estudo sugere que as características antropométricas, por si só, são insuficientes para predizer o desempenho geral, mas podem fornecer informações valiosas sobre funções específicas. Além disso, recomenda-se a realização de estudos adicionais para investigar este tópico mais a fundo.