Associações Entre Níveis de Coordenação Motora Grossa de Crianças e Atividade Física no Contexto Familiar
Por Raquel Nichele de Chaves (Autor), Rodriguez-añez (Autor), Ciro Romelio (Autor), Lucas Mednis (Autor), Polyana Nathaly Miqueletto (Autor), Samara de Paula Neves Caetano Snége (Autor), Michele Caroline de Souza Ribas (Autor), Denise Correa da Luz (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Alcançar níveis satisfatórios de coordenação motora grossa (CMG) depende das diferentes interrelações entre aspectos individuais e ambientais. A família, como agente primário, conduz a criança a experimentações do ambiente que disponibilizam e promovem situações que podem potencializar, ou não, o enriquecimento motor. Práticas saudáveis de atividade física (AF) no contexto familiar parecem ser muito importantes para o desenvolvimento da CMG de crianças. O objetivo deste estudo foi investigar a magnitude das associações entre os níveis de CMG de crianças e variáveis referentes à AF no contexto familiar, considerando as variáveis a nível do indivíduo (sexo, idade e índice de massa corporal (IMC). Participaram do estudo 2.040 crianças de seis a 10 anos de idade (991 meninos e 1049 meninas), estudantes do 1º aos 5º anos do ensino fundamental de 25 escolas públicas municipais de São José dos Pinhais-PR. Foram avaliadas estatura e massa corporal para o cálculo do IMC. A CMG foi avaliada por meio da bateria de testes KTK. Um questionário estruturado avaliou o deslocamento casa-escola, a participação dos pais na AF dos filhos, e o envolvimento da criança em brincadeiras com outras crianças em dias de semana e nos finais de semana em casa. Para testar as associações foi realizada uma regressão linear multinível, no software SPSS, nível de significância em 5%). Crianças mais velhas (β= 21,21 ± 0,52 p<0,001), e crianças com menores valores de IMC (β= -2,728 ± 0,186, p<0,001) tiveram melhores valores de CMG. Nas variáveis de AF no contexto familiar, crianças que brincam com outras crianças durante a semana (β= 4,348 ± 1,851; p <0,05) apresentam maiores valores de CMG. Sugere-se uma tendência de que crianças que praticam alguma AF física junto com os pais (β= 3,079 ± 1,61; p =0,056) também tenham melhor CMG. Os resultados sugerem que a AF no contexto familiar apresenta importante influência nos níveis coordenativos de crianças. Desse modo, proporcionar momentos de prática de AF juntos pais-filhos e crianças-crianças pode oportunizar vivências ativas e ampliação de repertório motor