Atitude Postural de Indivíduos com Síndrome de Down
Por Adriana Torres de Lemos (Autor), Alexandre Marques (Autor), Débora Machado (Autor), Adroaldo Cezar Araujo Gaya (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A postura corporal pode ser entendida como o arranjo relativo das partes
do corpo, sendo que um melhor alinhamento das estruturas proporciona
uma distribuição de cargas mais adequada. Sabe-se que na Síndrome de
Down (SD) há tendência a uma série de desordens músculo-esqueléticas e
que o diagnóstico precoce e a intervenção efetiva podem promover
melhorias nesses aspectos. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi
descrever o perfil da atitude postural de indivíduos com SD, pertencentes
a escolas especiais da cidade de Pelotas/RS. A amostra foi selecionada de
forma intencional e compôs-se de 52 pessoas, de 5 a 51 anos de idade,
sendo 20 (38,5%) do sexo feminino e 32 (61,5%) do sexo masculino. Após
a obtenção do termo de consentimento, foram marcados pontos anatômicos
de referência com etiquetas adesivas estando os indivíduos devidamente
vestidos (sunga para os homens e maiô ou biquíni para as mulheres).
Posteriormente, os participantes foram posicionados em ortostase seguindo
as marcações na base do posturógrafo, sendo fotografados nas vistas laterais,
anterior e posterior. A partir da análise das fotografias, observou-se que 48
(92,3%) apresentaram hiperlordose lombar e anteversão pélvica, 30 (57,7%)
retificação cervical e 51 (98,1%) a cabeça anteriorizada. Quanto a avaliação
da coluna dorsal, 30 (57,7%) apresentaram a curvatura fisiológica e 20
(38,5%) hipercifose. Observou-se que todos os indivíduos apresentaram
retropé valgo, pés planos e joelhos valgos. Quanto à avaliação dos joelhos
na vista lateral, 19 (36,5%) apresentaram posição neutra, 21 (40,4%) genum
flexo, 3 (5,7%) hiperextensão e 9 (17,3%) apresentaram diferença entre os
lados. A elevada incidência de hiperlordose lombar, bem como a de
anteversão pélvica pode ser um fator predisponente a espondiolistese,
referida na literatura como um dos distúrbios freqüentes na SD. Esses
achados indicam a necessidade de cuidados quanto à prescrição de
exercícios, principalmente no que diz respeito à coluna cervical, e reforçam
a importância de uma intervenção multidisciplinar já na primeira infância
em pessoas com SD.