Resumo

A participação do glúteo médio (GM) na estabilização do quadril é bem documentada. Contudo, o recrutamento ou a coativação desta musculatura no surgimento da dor lombar crônica (DLC) não específica ainda é pouco estudada. Embora a fisiopatologia da DLC não seja totalmente esclarecida, entender o comportamento muscular do complexo lombo pélvico pode levantar conhecimento para compreender o tema. Dessa forma, surge a necessidade de explorar o impacto da ativação do GM em participantes com e sem DLC. OBJETIVO: Investigar a ativação do glúteo médio na tarefa de elevação de quadril em atletas com e sem DLC. MÉTODO: Quarenta e cinco atletas do sexo masculino, sendo 23 sem DLC (24 [22 - 26 anos]) e 22 com DLC (25 [21 - 20 anos]); escala visual de dor: 5 [3 - 5] participaram do estudo. Os participantes realizaram o teste de elevação do quadril (TEQ) em decúbito lateral. A avaliação do recrutamento muscular do GM foi realizada por meio da eletromiografia (EMG) de superfície durante o TEQ com elevação unilateral, os dados foram normalizados com base na contração voluntária máxima. Foram colocados 2 eletrodos, 1 eletrodo em cada GM simultaneamente, a uma distância de 50% entre a crista ilíaca e o trocanter maior de cada músculo. O atleta foi colocado em decúbito lateral e realizou a contração isométrica voluntária máxima (CIVM) por 3 vezes com 5 segundos de contração e com 1 minuto de descanso entre as series, o valor máximo foi computado para análise. A variável utilizada para descrição dos achados foi Root mean Square (RMS). Para análise estatística foi utilizado o teste de Mann-Withney e a significância adotada foi de P<0.05. RESULTADOS: A média geral do RMS durante a CIVM dos grupos sem DLC e com DLC no GM foi de 157 [108-261] mV; 166 [115-267] mV (p=0,781), respectivamente. Por outro lado, observamos maior ativação do GM (RMS) com diferenças significativas GM nos atletas com DLC durante a tarefa; TEQ com apoio unilateral (membro inferior direito, sem DLC: 12 [8-22] % da CIVM; com DLC 22 [11-29] % da CIVM, p=0,047; membro inferior esquerdo, sem DLC: 12 [7-18] % da CIVM; com DLC 17 [12-22], % da CIVM, p=0,035); indicando uma maior ativação no grupo com DLC. CONCLUSÃO: A ativação do GM na tarefa de elevação do quadril foi maior no grupo com DLC quando comparado ao grupo assintomático. Estes resultados podem contribuir no direcionamento do processo de avaliação e reabilitação em atletas com DLC.

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