Ativacão Do Glúteo Médio Na Tarefa De Elevação Do Quadril Em Atletas Com E Sem Dor Lombar
Por Fernanda Borges de Oliveira Vasconcelos (Autor), Alexandre Henrique Nowotny (Autor), Edine Kavano Kitahara Matsui (Autor), Rubens Alexandre da Silva (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A participação do glúteo médio (GM) na estabilização do quadril é bem documentada. Contudo, o recrutamento ou a coativação desta musculatura no surgimento da dor lombar crônica (DLC) não específica ainda é pouco estudada. Embora a fisiopatologia da DLC não seja totalmente esclarecida, entender o comportamento muscular do complexo lombo pélvico pode levantar conhecimento para compreender o tema. Dessa forma, surge a necessidade de explorar o impacto da ativação do GM em participantes com e sem DLC. OBJETIVO: Investigar a ativação do glúteo médio na tarefa de elevação de quadril em atletas com e sem DLC. MÉTODO: Quarenta e cinco atletas do sexo masculino, sendo 23 sem DLC (24 [22 - 26 anos]) e 22 com DLC (25 [21 - 20 anos]); escala visual de dor: 5 [3 - 5] participaram do estudo. Os participantes realizaram o teste de elevação do quadril (TEQ) em decúbito lateral. A avaliação do recrutamento muscular do GM foi realizada por meio da eletromiografia (EMG) de superfície durante o TEQ com elevação unilateral, os dados foram normalizados com base na contração voluntária máxima. Foram colocados 2 eletrodos, 1 eletrodo em cada GM simultaneamente, a uma distância de 50% entre a crista ilíaca e o trocanter maior de cada músculo. O atleta foi colocado em decúbito lateral e realizou a contração isométrica voluntária máxima (CIVM) por 3 vezes com 5 segundos de contração e com 1 minuto de descanso entre as series, o valor máximo foi computado para análise. A variável utilizada para descrição dos achados foi Root mean Square (RMS). Para análise estatística foi utilizado o teste de Mann-Withney e a significância adotada foi de P<0.05. RESULTADOS: A média geral do RMS durante a CIVM dos grupos sem DLC e com DLC no GM foi de 157 [108-261] mV; 166 [115-267] mV (p=0,781), respectivamente. Por outro lado, observamos maior ativação do GM (RMS) com diferenças significativas GM nos atletas com DLC durante a tarefa; TEQ com apoio unilateral (membro inferior direito, sem DLC: 12 [8-22] % da CIVM; com DLC 22 [11-29] % da CIVM, p=0,047; membro inferior esquerdo, sem DLC: 12 [7-18] % da CIVM; com DLC 17 [12-22], % da CIVM, p=0,035); indicando uma maior ativação no grupo com DLC. CONCLUSÃO: A ativação do GM na tarefa de elevação do quadril foi maior no grupo com DLC quando comparado ao grupo assintomático. Estes resultados podem contribuir no direcionamento do processo de avaliação e reabilitação em atletas com DLC.