Resumo

A prevalência da obesidade infantil atingiu em Portugal proporções epidémicas. Por um lado, existem alguns hábitos alimentares que se têm revelado cruciais para a manutenção da saúde e a prevenção da doença. Por outro lado, a diminuição da actividade física (AF) habitual tem-se revelado uma das grandes preocupações para o risco de obesidade. O objectivo deste estudo foi analisar a associação entre a AF, os diferentes hábitos alimentares e o risco de excesso de peso/obesidade em crianças Portuguesas. A amostra foi constituída por 2077 raparigas de 7-9 anos de idade. A massa corporal, estatura e IMC foram determinados e os sujeitos foram classificados em normoponderais, com excesso de peso/obesos (Cole e col. (2000)]. Os hábitos alimentares foram avaliados com o recurso a um questionário de frequência alimentar, e a AF e sedentarismo (i.e.tempo de ecrã) medidos por self-report. Foi utilizada uma regressão logística, controlando para a idade, sedentarismo e hábitos-nutricionais. O modelo estatístico mostrou uma associação inversa entre a AF e o risco de obesidade (95% CI 1.00 to 1.02, p<0.05); após controlo do sedentarismo, esta associação deixou de ter significado estatístico. O modelo final de regressão revelou que as crianças que consumiam sopa de legumes diariamente tinham menos 78% de probabilidade de serem classificadas como crianças obesas/excesso de peso. Depois de controladas as variáveis concomitantes, não se verificou uma associação entre a AF e o risco de obesidade. Este estudo mostrou uma associação negativa entre o consumo de sopa e o aumento de peso.

Acessar