Atividade circense e paralisia cerebral: um relato de experiência
Por Marcelo Marques (Autor).
Em IV Seminario Internacional de Circo - Inovação e Criatividade
Resumo
Quero que meu filho possa ser criança. Foi com essa frase da mãe do Renato, um menino de treze anos com diagnóstico de paralisia cerebral (PC), que iniciei meu trabalho e minha primeira experiência em desenvolver a atividades circenses com uma criança PC. O presente relato tem por objetivo mostrar os ganhos da prática circense para um indivíduo PC. Renato Ribeiro tem 13 anos. Trabalhamos juntos por seis meses no período de julho à dezembro de 2016 com intervalo de um ano e meio, retorno em 07/2018. Ele nasceu dentro dos padrões (3,7 kg, apgar 9), com acompanhamento pré-natal. Aos 10 dias de vida teve um AVC e aos 45 dias, hidrocefalia. Iniciou fisioterapia pulmonar com 24 dias, assim como anticonvulsivos, que toma até hoje, com monitoramento de dosagem. Atualmente faz fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional, equoterapia, hidroterapia. Não fala, não anda e não tem controle motor fino. Ortopedicamente possui estruturas normais, crescimento normal. Recebe ajuda para se alimentar, se higienizar. Cognitivamente os testes são inconclusos, mas se comunica bem pelo olhar, expressões faciais em geral, emite sons e a palavra mãe, reconhece cores, números, formas, é sociável e expressivo. Apresenta alta resistência a dor e adora novidades. Como o Renato apresenta uma rotina extremamente estressante de terapias, minha prioridade era tornar nossas aulas mais divertidas possível. Simultaneamente, proporcionar ganhos no desenvolvimento motor e no controle da relação hipertonia e hipotonia. Com base na integração sensorial (SERRANA, 2018) utilizei movimentos similares ao duo acrobático.