Resumo

A atividade de aventura, uma das vertentes no universo do lazer, revela tendência crescente para constituir-se, simultaneamente, fator e indicador de desenvolvimento. Além dos aspectos social, político, econômico e cultural embutidos nas políticas públicas de lazer regional, existem outros, concernentes à qualidade de vida da população receptora dos adeptos desta modalidade. Este estudo qualitativo objetivou investigar as ressonâncias das vivências de aventura, no espaço rural, sobre as condições de vida local e regional. Para isto, utilizou-se de entrevista estruturada, aplicada junto a trinta e cinco moradores, de ambos os sexos, com diversos níveis de instrução e profissão. Os dados, organizados e descritos por meio da análise de conteúdo revelam que significativa parcela considera que o estímulo e o efetivo aumento da procura por tais práticas vem promovendo mudanças positivas na comunidade, no que tange à geração de trabalho, divisas e renda, com reflexos visíveis na qualidade de vida da comunidade. Outros registros revelam ter ocorrido o enriquecimento do cenário natural devido ao entorno humano; que as preocupações com os aspectos do meio ambiente aumentaram a consciência ecológica; que a atividade de aventura incrementa o relacionamento e as trocas interpessoais entre receptores e visitantes, com ganhos sensíveis para ambos. Em conclusão, sem negligenciar o necessário diálogo com a educação ambiental, a educação para e pelo lazer, este conjunto de fatores corrobora para a tese da integração entre as vivências de aventura na natureza e desenvolvimento sustentável.

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