Resumo
Resumo: Estudos têm mostrado que o uso de dietas hipercalóricas durante a gestação e lactação de ratos pode gerar prejuízos não só ao animal como também a sua prole, com o aparecimento de distúrbios metabólicos e cardiovasculares na vida adulta. Diante de tais evidências, levanta-se o questionamento se a inserção da atividade física durante a gestação pode prevenir ou ao menos minimizar os efeitos deletérios da dieta da mãe sobre a prole. Dessa forma o objetivo do estudo foi avaliar o efeito da dieta de cafeteria e atividade física durante a gestação sobre a infiltração lipídica hepática e parâmetros musculares em prole de ratos ao desmame. Para a formação dos grupos experimentais ratas Wistar prenhes, com cerca de 70 dias, foram submetidas a dieta de cafeteria e a atividade física em esteira rolante, sendo a dieta mantida até o final da lactação (42 dias) e a atividade física somente durante a gestação (18 dias). Foram formados os seguintes grupos de filhotes de 21 dias padronizados 8 animais por rata, divididos em: prole de mães controle sedentária (CS), prole de mães controle treinada (CT), prole de mães cafeteria sedentária (CaS) e prole de mães cafeteria treinada (CaT). Após o desmame, aos 21 dias completos sob anestesia e jejum 8 horas os filhotes machos tiveram a glicemia medida via punção caudal em glicosímetro e posteriormente foram sacrificados para coleta de sangue, fígado e músculo gastrocnêmio. Para avaliação da infiltração lipídica e área muscular foram utilizadas as técnicas histoquímicas de Sudan III e Hematoxilina e eosina (HE), respectivamente. A dosagem das enzimas aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT) e da creatina cinase (CK) foram utilizadas como marcadores de lesão hepática e muscular, respectivamente. Como resultado observou-se que a dieta de cafeteria na gestação e lactação induziu prejuízos no fígado da prole ao desmame, evidenciados pelo maior acúmulo de infiltrado lipídico e aumentos nas concentrações de AST e ALT, porém a atividade física foi capaz de reduzir os níveis de infiltração. Não foram observadas diferenças nas áreas das fibras musculares do gastrocnêmio, porém tanto a dieta como atividade física elevaram os níveis de CK. Podemos concluir que atividade física inserida durante a gestação foi contundente para amenizar os efeitos deletérios da dieta na infiltração lipídica, uma vez que os grupos exercitados resultaram em menores valores de área infiltrada comparada aos grupos controles ao desmame.