Atividade física e comportamento sedentário como discriminadores de dinapenia em pessoas idosas
Por Lucas Dos Santos (Autor), Victoria Laís Dos Santos Carmo (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Durante o envelhecimento ocorre declínio na aptidão muscular, o que propicia um quadro de fraqueza, denominado como dinapenia. Paralelamente, a medida em envelhecem, as pessoas idosas tendem a diminuir o tempo despendido em atividade física habitual (AFH) e a passarem mais tempo em comportamento sedentário (CS). Fatores estes que aparentam potencializar os efeitos deletério do envelhecimento na força muscular. Objetivos: Comparar o tempo de AFH e de exposição ao CS entre pessoas idosas dinapênicas e não dinapênicas; e averiguar a capacidade preditiva destes comportamentos para rastrear o desfecho. Métodos: Pesquisa epidemiológica populacional, com delineamento transversal, conduzida com 208 pessoas idosas de Aiquara-BA. A AFH e o CS foram quantificados pelo International Physical Activity Questionnaire. Enquanto a dinapenia foi identificada a partir da força de preensão manual (mulheres: 18,37 kgf; homens: 26,75 kgf). Resultados: A prevalência de dinapenia foi de 24,50%. Em ambos os sexos, os participantes dinapênicos apresentaram tempo mediano em AFH de 70,00 minutos/semana, enquanto as mulheres e os homens não dinapênicos, 240,00 e 280,00 minutos/semana, respectivamente (p<0,05). Para o CS, entre os dinapênicos observou-se mediana de 388,75 minutos/dia nas mulheres e de 428,57 minutos/dia nos homens. Já as mulheres e homens, não dinapênicos, demonstraram, respectivamente, 291,42 e 274,28 minutos/dia em CS (p<0,05). O melhor ponto de corte da AFH para discriminar o desfecho foi 150,00 minutos/semana nas mulheres (sensibilidade: 73,30%; especificidade: 60,67%; ASC: 0,69; IC95%: 0,59-0,76) e 140,00 minutos/semana nos homens (sensibilidade 71,43%; especificidade; 61,54%; ASC: 0,69; IC95%: 0,55-0,79). No CS o melhor ponto de corte foi 381,43 minutos/dia nas mulheres (sensibilidade: 53,30%; especificidade: 84,80%; ASC: 0,69; IC95%: 0,59-0,76) e 351,43 minutos/dia nos homens (sensibilidade: 71,43%; especificidade; 73,85%; ASC: 0,79; IC95%: 0,69-0,87). Conclusão: Em ambos os sexos, as pessoas idosas dinapênicas apresentaram menor tempo em AFH e maior em CS. Ademais, a AFH mostrou-se melhor discriminadora dos dinapênicos e o CS foi um melhor discriminador dos não dinapênicos.