Atividade física e fatores associados em adolescentes ribeirinhos da Amazônia, Brasil.
Por felipe saul da costa wanzeler (Autor), Júlia Aparecida Devidé Nogueira (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência e Movimento v. 29, n 4, 2021.
Resumo
O presente artigo descreve a atividade física geral e por domínios, e fatores sociodemográficos associados, em adolescentes ribeirinhos amazônicos. Pesquisa com delineamento transversal e amostra de 87 estudantes com idades entre 14 e 19 anos. A variável dependente foi à prática de atividade física avaliada pelo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). Análises descritivas e o Teste Qui-quadrado foram utilizados para verificar associações entre a atividade física e as variáveis sociodemográficas, considerando o nível de significância p ? 0,05. A frequência de suficientemente ativos, considerando atividade física total, entre os ribeirinhos amazônicos foi de 70,1%. Nos domínios: 66,7% foram ativos no deslocamento; 50,6% no domicílio; 49,4% no lazer; e 27,7% no trabalho, considerando apenas os que relataram trabalhar no momento da pesquisa (n = 18). A atividade física geral foi associada com a classe econômica; a atividade física no deslocamento com o local de domicílio e a faixa etária; a atividade física no domicílio com o sexo; e a atividade física no lazer com a faixa etária e o sexo; apresentando padrões de associação similares aos de outros estudos em áreas rurais e urbanas do Brasil. É preocupante que a frequência de ativos no lazer seja baixa, especialmente entre as meninas (23,3%). Tal análise é importante para compreender alguns determinantes do sedentarismo e/ou de atividades de trabalho e deslocamento que o reduzem, mas não garantem o direito ao lazer ativo e saudável à parcela significativa dos adolescentes e estudantes brasileiros. É preciso cautela na análise da relação entre atividade física total advinda do deslocamento e do domicílio com os benefícios à saúde.