Atividade Física e Modulação do Risco Cardiovascular
Por Marcelo Cichocki (Autor), Karen Parron Fernandes (Autor), Daniellen Cristhine Castro-alves (Autor), Marcus Vinicius de Matos Gomes (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 23, n 1, 2017.
Resumo
Introdução: As doenças cardiovasculares são responsáveis por alto grau de morbidade e mortalidade na população mundial. Em populações saudáveis, a estimativa do risco cardiovascular tem sido calculada a partir de modelos de predição derivados de estudos prospectivos e observacionais. O escore de Framingham é um algoritmo tradicionalmente utilizado como estratégia primária de prevenção de doenças cardiovasculares em pessoas assintomáticas em um período de 10 anos. Para a determinação desse escore são considerados como fatores de risco os níveis séricos de colesterol total, colesterol HDL, pressão sistólica, diabetes mellitus, tabagismo e idade dos pacientes. Objetivo: Avaliar se a prática de atividade física é uma variável importante capaz de modular o risco obtido pelo escore de Framingham. Métodos: Foram considerados dados de 1004 indivíduos, divididos em adultos (18 a 59 anos) e idosos (> 60 anos), usando o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) para as análises estatísticas e adotando-se o nível de significância de 5% (P < 0,05) para todos os testes aplicados. Resultados: A correlação entre os fatores idade, sexo, tabagismo, hipertensão arterial e níveis séricos de HDL e o escore de Framingham foi confirmada tanto no grupo adulto como no idoso. Adicionalmente, nossas análises demonstraram correlação estatisticamente significativa entre a prática de atividade física e o risco calculado por esse escore, ficando evidente que indivíduos adultos ou idosos que praticam atividade física moderada ou intensa apresentam menor risco de desenvolver doença cardiovascular num período de 10 anos. Conclusão: Nossos dados demonstram que a prática de atividade física moderada ou intensa pode modular o escore de Framingham e assim como idade, sexo, tabagismo, hipertensão arterial e níveis séricos de colesterol total e HDL, deve ser considerada entre os fatores de risco de doenças cardiovasculares.