Atividade Física e Sua Intervenção Junto a Depressão
Por Suzete Neves Pessi Ribeiro (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 3, n 2, 1998.
Resumo
O propósito da presente revisão foi de acessar os possíveis efeitos antidepressivos do exercício físico em pacientes com depressão unipolar. Entre as características positivas da atividade física observadas se pode ressaltar os benefícios fisiológicos (aumento temporário da temperatura corporal, aumento da oxigenação cerebral), bioquímicos (aumento na concentração das monoaminas) e psicológicos (distração, aumento da auto-eficácia). Porém, o suporte empírico para estas hipóteses não é forte, devendo-se ressaltar que elas não são mais do que hipóteses. Outro ponto discutível nesta relação de atividade física e depressão é o tipo de atividade física mais adequada, aeróbica ou anaeróbica. Embora a maioria dos estudos atestem que a atividade física aeróbica seja a que mais traga efeitos antidepressivos, novos estudos apontam que a atividade física anaeróbica proporciona o mesmo efeito antidepressivo que o exercício físico aeróbico. Quanto ao grau de depressão que é beneficiado através da atividade física se pode citar a depressão unipolar leve e moderada, pois a depressão grave, devido ao seu alto grau de prejuízo pessoal e social, possui uma grande dificuldade de adesão, tanto para o exercício físico como para qualquer outra atividade social. A atividade física geralmente é utilizada como uma forma de tratamento adjunta as já tradicionais, que são a farmacoterapia e a psicoterapia, mas alguns estudos demonstram que a atividade física e seus benefícios podem ser comparados aos proporcionados pela psicoterapia. Contudo, novos estudos são necessários com intuito de elucidar a hipotética relação dos efeitos antidepressivos fornecidos pela atividade física.