Atividade Física e Tempo Sentado em Adultos Após Diagnóstico Positivo Para Covid-19: Um Estudo Transversal
Por Ana Beatriz Minelli Ramos (Autor), Euripedes Barsanulfo Gonçalves Gomide (Autor), Thiago Cândido Alves (Autor), Natália Drieli Miguel (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 27, n 1, 2022.
Resumo
Este estudo teve como objetivo: a) investigar os sinais e sintomas mais comuns relatados por pessoas infectadas por COVID-19, b) comparar o tempo total e o nível semanal de atividade física das pessoas no período pré e pós- infecção, c) examinar a associação entre os níveis de atividade física e os sinais e sintomas relatados durante o ciclo da doença. Participaram deste estudo 22 pessoas (14 do sexo masculino e oito do feminino, idade média 37,9 ± 16,8 anos) residentes na cidade de Ribeirão Preto, Brasil. Todos receberam diagnóstico positivo para COVID-19 via PCR. A atividade física e o tempo sentado foram avaliados por meio do Questionário Internacional de Atividade Física. Variáveis como índice de massa corporal e o quadro clínico da doença (sinais e sintomas), foram coletadas. Os sinais e sintomas mais frequentes foram perda do paladar (77,8% e 25%), dor de cabeça (66,7% e 25%), tosse (66,7% e 25%), dificuldade para respirar (61,1% e 25%) e dor garganta (61,1% e 75%), para indivíduos ativos e inativos, respectivamente. Uma redução de 120 minutos (p = 0,010) no tempo total de atividade física semanal e de 155 minutos (p = 0,003) de atividade física moderada semanal foi observada na comparação pré e pós-diagnóstico por COVID-19. Houve associação entre dificuldade para respirar e ser fisicamente inativo (odds ratio = 0,222; IC95%: 0,094 – 0,527). Nossos resultados sugerem que a COVID-19 teve impacto negativo na atividade física e que pessoas fisicamente ativas podem reduzir a probabilidade de apresentar dificuldade para respirar quando diagnosticadas por COVID-19.
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