Resumo
Esta Tese de Doutorado está inserida em um projeto integrado de capacitação e pesquisa em avaliação da atenção básica à saúde, sob responsabilidade do Departamento de Medicina Social, do Departamento de Enfermagem e do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas UFPel. O projeto integra o componente 3 (monitoramento e avaliação) do Programa de Expansão e Consolidação do Saúde da Família (PROESF) do Ministério da Saúde (MS). Tal projeto foi delineado para articular atividades de capacitação e pesquisa contemplando todos os 41 municípios com mais de 100 mil habitantes, distribuídos nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte (Lote 2 Nordeste), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Lote 2 Sul). Nesta tese estão apresentados três artigos: 1. Atividade física em profissionais de saúde do sul e nordeste do Brasil; 2. Aconselhamento para prática de atividade física como estratégia de educação à saúde e; 3. Estudo dos fatores considerados mais importantes pela população para a manutenção da saúde. No primeiro foi realizado um estudo transversal em 240 unidades básicas de saúde (UBS) dos modelos tradicional de assistência ou vinculadas ao Programa de Saúde da Família (PSF), envolvendo 3347 profissionais de saúde, que responderam ao Questionário Internacional de Atividade Física. A prevalência de inatividade física foi de 27,5%. Inatividade física foi mais freqüente nos profissionais do modelo tradicional, nos profissionais que trabalham em municípios de grande porte e naqueles que possuem alto nível socioeconômico. O segundo artigo descreve a prevalência de aconselhamento educativo à saúde relacionado à atividade física entre as pessoas que utilizaram alguma vez na vida uma unidade básica de saúde, e verifica alguns fatores associados. Estudo com delineamento transversal e amostra aleatória de indivíduos adultos (n=4060) e idosos (n=4003), moradores em áreas de abrangência de unidades de saúde. A prevalência de aconselhamento relacionado à atividade física foi de 28,9% entre os adultos e de 38,9% entre os idosos. O aconselhamento à prática de atividade física nas unidades básicas de saúde foi pouco utilizado frente às necessidades dos indivíduos, principalmente em termos de estimularem hábitos de vida saudáveis. O terceiro artigo verifica os fatores que adultos e idosos residentes em áreas de abrangência de unidades básicas de saúde priorizam como importantes para manter uma vida saudável. Estudo transversal com 4060 adultos e 4003 idosos residentes em áreas de abrangência de 240 unidades básicas de saúde das regiões Sul e Nordeste. Um cartão com figuras e frases referentes a sete fatores relacionados com o risco de doenças e agravos não transmissíveis foi mostrado aos indivíduos, pedindo-se que os mesmos indicassem o fator mais relevante para a saúde. Os fatores mais freqüentemente indicados pelos adultos foram alimentação saudável (33,8%), realizar exercício físico (21,4%) e não fumar (13,9%). Entre os idosos, os fatores mais relatados foram alimentação saudável (36,7%), não fumar (17,7%) e consultar o médico regularmente (14,2%)