Resumo

OBJETIVO: Verificar a correlação entre a atividade física habitual (AFH) ao longo da vida e a densidade mineral óssea (DMO) em homens adultos e idosos. MÉTODOS: Foram analisados 326 homens com idade igual ou superior a 50 anos, voluntários, residentes no município de São Paulo. Os dados de DMO foram coletados através de densitometria óssea (densitômetro de dupla emissão de raios x da marca Lunar Corp, Madison, WI®) das regiões de corpo total, do colo do fêmur, do triângulo de ward, do trocanter e da coluna lombar (L2-L4) e expressos em gramas por centímetro ao quadrado. (gr/cm²). Os dados de AFH foram coletados através de questionários (BAECKE e col. 1982), com questões referentes a prática de exercícios físicos juntamente com atividades físicas de lazer e atividades físicas ocupacionais nos períodos de 10 a 20 anos de idade, de 21 a 30 anos de idade, de 31 a 50 anos de idade e dos últimos 12 meses e atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses e expressos em escores de escala numeral contínua. A relação entre as variáveis foi analisada através do coeficiente de correlação de Spearman e de regressão linear múltipla ajustada por idade e índice de massa corporal (IMC). RESULTADOS: Existe uma diminuição progressiva da prática de exercícios físicos/atividades físicas de lazer e das atividades físicas ocupacionais do período da adolescência para as fases adulta e idosa. Os exercícios físicos/atividades físicas de lazer foram correlacionados significativamente na análise univariada nos períodos de 10 a 20 anos de idade, 21 a 30 anos de idade, 31 a 50 anos de idade e dos últimos 12 meses com a DMO das regiões de corpo total, colo do fêmur, triângulo de ward e trocanter e no período de 10 a 20 anos de idade com a DMO da coluna lombar. As atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses foram correlacionadas significativamente na análise univariada com a DMO de corpo total, colo do fêmur, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4). As atividades físicas ocupacionais foram correlacionadas significativamente na análise univariada dos últimos 12 meses com a DMO do colo do fêmur e do triângulo de ward. Na análise multivariada, depois do ajuste por idade e IMC, as variáveis independentes que melhor explicaram a variação da DMO em todos os locais analisados foram os exercícios físicos/atividades físicas de lazer praticados no período de 10 a 20 anos e as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses para as regiões do corpo total, triângulo de ward, trocanter e coluna lombar (L2-L4) além das atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses para o colo do fêmur. CONCLUSÃO: Este estudo evidencia que a atividade física habitual, principalmente os exercícios físicos/atividades físicas de lazer praticados na adolescência e as atividades físicas de locomoção do cotidiano podem contribuir para o aumento e preservação da densidade mineral óssea e prevenção da osteoporose em homens adultos e idosos brasileiros.

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