Resumo

Modificações recentes no estilo de vida da população vêm sendo consistentemente responsabilizadas pelo maior número de acometimento por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT’s). Se a maioria das evidências encontradas na literatura é relacionada à idade adulta, algumas teorias indicam que muitos comportamentos e hábitos de vida são adquiridos em idades precoces. No entanto, os determinantes desses comportamentos, suas inter-relações, bem como seus impactos isolados e combinados sobre fatores de risco, na infância e adolescência, ainda não estão bem elucidados. Assim, o propósito da presente dissertação foi identificar as variáveis associadas à atividade física (AF) e verificar a associação de comportamentos de risco com indicadores de adiposidade corporal em adolescentes. Para tanto, foi selecionada uma amostra representativa do município de Londrina/PR (n = 1.244; 55,2% de moças e 44,8% de rapazes de 10 a 16 anos). Medidas antropométricas, informações sobre nível habitual de atividade física, comportamento sedentário, consumo de álcool, tabaco e hábitos alimentares foram obtidas de todos os sujeitos. Baixos coeficientes de correlação (r = 0,02 – 0,32) foram identificados entre os diferentes domínios da AF (ocupacional, esporte e lazer), o que indica que variáveis específicas predizem o comportamento em cada um dos contextos. Adicionalmente, os resultados indicaram que entre os comportamentos de risco analisados somente a AF e o uso de tabaco, de forma isolada, se associaram aos indicadores de adiposidade corporal, embora o agrupamento desses aumentou substancialmente a probabilidade do desenvolvimento de fatores de risco [RP(IC95%) = 1,65 (1,01 – 2,71) a RP(IC95%) = 2,15 (1,22 – 3,82)]. Concluímos que os diferentes domínios da AF se relacionam com variáveis específicas durante a adolescência e que o agrupamento de comportamentos de risco aumenta sobremaneira a prevalência de desfechos negativos já nesta fase da vida.

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