Atividade física vigorosa e aptidão muscular em crianças: uma análise por realocação isotemporal
Por Jonathan Henrique Carvalho Nunes (Autor), Ricardo Alexandre Carminato (Autor), Beatriz Muniz Correa de Oliveira Santos (Autor), Lisana Cordeiro da Silva (Autor), Andrew Alves Bianconi (Autor), Maicon Antunes Fernandes (Autor), Maria Caroline Venturin (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Recomenda-se que crianças e adolescentes realizem pelo menos 60 minutos por dia de atividade física moderada a vigorosa (AFMV), incluindo atividade física vigorosa (AFV) e que envolvam fortalecimento muscular e ósseo pelo menos três vezes por semana. Embora existam evidências robustas de que esta quantidade de atividade física esteja associada favoravelmente à aptidão física relacionada à saúde de jovens, pouco se sabe sobre a associação da AFV sobre a aptidão física, particularmente, a aptidão muscular (AM) de crianças. OBJETIVO: Analisar se a substituição isotemporal de 10 minutos de comportamento sedentário (CS), AF leve (AFL) ou AF moderada (AFM) por AFV estará associada com maior AM em crianças. MÉTODOS: Foram analisados dados de 310 crianças, de ambos os sexos, com idade entre 07 e 10 anos. Para avaliação da AM utilizou-se o desempenho no teste de salto horizontal ajustado pela massa corporal. O CS e a AF foram avaliados utilizando o acelerômetro triaxial GT9X (ActiGraph, EUA), sendo considerado dados válidos o uso por pelo menos 4 dias (3 dias de semana e 1 final de semana), por no mínimo 8 horas (480 minutos) por dia. Os padrões de CS e AF foram caracterizados usando pontos de cortes proposto por Evenson et. al. (2008). Uma análise de regressão multivariada empregando a substituição isotemporal (MEKARY et al., 2009) foi utilizada para verificar as associações entre as substituições dos comportamentos de movimento (CS, AFL, AFM, AFV) com a AM. RESULTADOS: A realocação de 10 minutos de CS, AFL e AFM por AFV se associou-se positiva e significativamente com a AM tanto em meninos (CS por AFV: β=0,373, IC95%=0,067 a 0,679, p=0,017; AFL por AFV: β=0,369, IC95%=0,065 a 0,673, p=0,018 e AFM por AFV: β=0,515, IC95%=0,296 a 0,733, p<0,001) como em meninas (CS por AFV: β=0,587, IC95%=0,341 a 0,833, p=0,000; AFL por AFV: β=0,549, IC95%=0,314 a 0,784, p<0,001 e AFM por AFV: β=0,517, IC95%=0,310 a 0,723, p<0,001) respectivamente. Não houve associação significante na realocação do CS por AFL ou AFM e do AFL por AFM na amostra estudada. CONCLUSÃO: Nossos achados revelam a importância da AFV para o aprimoramento da aptidão muscular de crianças.