Resumo

A formação do Educador Físico com o foco voltado para atividade de aventura requer além de um ensino de qualidade que lhe confira competência na realização de atividades de lazer e aventura, experiências extracurriculares. Nessa perspectiva, as vivências oriundas do Escotismo se constituem formas alternativas de aprendizagem na construção do repertório de atividades de aventuras. Têm como objetivo subsidiar os discentes na sistematização dos conhecimentos e favorecer a vivência prática. Este estudo consiste em um relato de experiência da autora, docente de Esportes da Organização Não Governamental (ONG) Crianças do Mundo em Coronel Fabriciano-Minas Gerais, no período de Janeiro de 1997 a Julho de 2003 com o intuito de socializar três experiências vivenciadas no método escoteiro no período de 1997 a 2001 adaptadas ao contexto de atividades de aventura nesta instituição. A Ong em questão atende crianças com as idades compreendidas entre 9 a 13 anos, com vulnerabilidade e risco social. Inicialmente realizamos reunião junto à equipe para estudarmos o POR (Princípios, organizações e Regras), livro que sustenta o método escoteiro no Brasil. Definimos “Jornada”, “Percurso de Gilwell”, “Montar Abrigo Simples”, que aqui seriam adaptadas respectivamente: “Trilha na Floresta”, “Caçada” e “Montar Cabanas no Bambuzal”. Em seguida, discutimos a organização, seguindo a metodologia da vivência e da experiência. Iniciamos as atividades na sede da Instituição, lugar que comporta uma reserva florestal que propicia tais vivências,decorrer do ano de 1998 tendo um mês de intervalo entre cada, repetindo e alternando as mesmas ou reinventando. Finalmente, foram realizadas reuniões avaliativas com a equipe composta pela docente, por pedagogo, profissionais da sala de aula e reunião de avaliação com as crianças. Dos resultados obtidos percebemos que as atividades de aventura desenvolvidas possibilitaram aos praticantes experimentar valores como cooperação, amizade, respeito, o trabalho em equipe e a consciência ecológica pois estas propiciam o sentir integrado com a natureza. As crianças melhoraram as dificuldades de relacionamentos com a vivência do trabalhar em equipe exercitando o aprender fazendo, preconizado na ludicidade e em valores pautados na ética e no respeito. Constatamos que as atividades adaptadas à realidade pedagógica da Ong Crianças do Mundo para atividades de aventura possibilitam a construção do agir, saber-fazer proposto no método escoteiro que devem ser trabalhados continuamente na Educação, pois não é um fim em si mesmo, mas um processo em construção